quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Morre Fundador da Editora Edrel e Precursor do Mangá "Brasileiro"







Fonte: http://www.guiadosquadrinhos.com/blog/post/2009/12/14/Morreu-Minami-Keizi-o-pai-do-manga-brasileiro.aspx#
http://www.guiadosquadrinhos.com/blog/post/2009/11/23/A-Turma-da-Monica-Jovem-e-a-historia-do-manga-no-Brasil.aspx
Faleceu nesta segunda-feria (14/12), aos 64 anos, Minami Keizi, primeiro artista a desenhar no estilo mangá profissionalmente no Brasil. Desde o dia 10 de agosto encontrava-se internado no hospital geral de Itapevi, cidade onde morava. No final de outubro, com a saúde já debilitada por conta de uma pneumonia que pegou no hospital, teve 3 paradas cardíacas, ficando em coma induzido por uma semana. Sofreu uma parada cardíaca na madrugada do dia 14 e não resistiu a uma outra pela manhã.
Minami Keizi era jornalista, escritor, desenhista e astrólogo. Foi um dos grandes pioneiros dos quadrinhos brasileiros e colaborou para a constituição de novos gêneros de histórias em quadrinhos voltadas para o público adulto.
Seu primeiro trabalho foi a tira diária do Tupãzinho (inspirado no mangá Astro Boy de Osamu Tezuka), no Diário Popular, publicada em 1965. No ano seguinte, a editora Pan Juvenil lançou uma revista mensal com o personagem, Tupãzinho.
Em 1967, tendo como sócios Salvador Bentivegna e Jinki Yamamoto, fundou a Edrel (Editora de Revistas e Livros). Nome sugerido por um dos empregados do fotolito. Saiu da editora em 1972 e fundou, com Carlos da Cunha, a M&C (Minami & Cunha), primeira editora a publicar Conan no Brasil. A M&C editora foi fechada em meados de 1975.
Seus últimos trabalhos foi como escritor, sendo autor de mais de 800 livros. Atuou também como articulista e astrólogo do jornal Nippo-Brasil até 2009.
Em 2004 ganhou o Troféu Ângelo Agostini na categoria de Mestres do Quadrinho Nacional. No ano de 2008 foi homenageado com o Troféu Grandes Mestres na 20ª edição do HQMix, junto de Ypê Nakashima, Fernando Ikoma, Cláudio Seto e os irmãos Paulo e Roberto Fukue.
Gonçalo Junior, autor de A Guerra dos Gibis, descreveu no Twitter Minami Keizi como "um exemplo máximo de caráter, decência, moral. Era uma elegância só. Passou pelo mundo como um gentleman, um lorde."
EDITORA EDREL
No Brasil, o mangá entrou com os imigrantes japoneses, que mantiveram a língua e continuavam consumindo livros e revistas do Japão. Entre elas, o mangá. Minami Keizi foi pioneiro no estilo em terras brasileiras, nos anos 1960. Não apenas o estilo diferente de traço e narrativa fascinavam Keizi, mas também a especialização e variedade dos tipos de quadrinhos que existiam no Japão: havia mangás para crianças, adolescentes e adultos, homens e mulheres, mangás de esporte, de propaganda política, enfim: era difundido em toda população o hábito da leitura de quadrinhos.
Assim, Minami Keizi publicou o primeiro mangá brasileiro: Álbum Encantado, em 1966, pela editora Pan Juvenil. Tupãzinho, também de 1966, misturava a influência de Astroboy - de Osamu Tezuka - com Brasinha, da Harvey Comics americana. Logo, Keizi organizaria um time de quadrinistas que, entre outros estilos, produziram os primeiros mangás nacionais: além dele mesmo, Fernando Ikoma, Cláudio Seto, Paulo Fukue, Fabiano Júlio Dias, Roberto Fukue, entre outros. Por problemas com dívidas da Pan Juvenil, a editora é fechada, e Keizi ajudou a criar a Edrel, que publicaria clássicos do gênero como Ninja, o Samurai Mágico, O Samurai e O Ídolo Juvenil. Vale destacar o desenho de Cláudio Seto nestes títulos, um dos maiores mangakás (desenhista de mangá) do Brasil.
Em paralelo a esses primeiros mangás, Keizi e sua equipe seguiram a filosofia japonesa da especialização e segmentação de títulos em quadrinhos, publicando revistas para adultos (com cenas violentas e eróticas), para crianças, revistas de humor, títulos com heróis totalmente nacionais como Fikom e Pabeyma. Infelizmente, a Edrel atuava numa época de ditadura militar, que censurava seus títulos, e já começou suas atividades com as dívidas da Pan Juvenil. Resistiu bravamente até 1975.

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