Fonte: http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2011/07/09/filme-dirigido-por-selton-mello-e-aplaudido-de-pe-em-paulinia/
O novato Festival de Paulínia viveu os tempos dourados do veterano Festival de Gramado na noite de ontem, dia 8, primeiro dia da competição da maratona. Uma multidão se aglomerou no saguão e na porta do Theatro Municipal (1.350 lugares), o cinema sede da maratona, já lotado com a sessão do documentário Uma longa viagem, de Lúcia Murat, para esperar a projeção de O palhaço, o segundo longa-metragem do ator Selton Mello como diretor, e ver seus artistas de perto.
O princípio de tumulto, protagonizado pelo público que se recusou a desocupar a sala para um teste de projeção, foi contornado com a promessa de sessões extras do filme, que tem no elenco Selton, Paulo José e participações especiais de José Loredo (o eterno Zé Bonitinho da TV), Dalton Mello, Moacyr Franco e Ferrugem. Ao final da primeira exibição, aplausos de pé para a história do estressado Benjamin (Mello), palhaço de um circo mambembe que acha que perdeu o dom da graça.
No debate ocorrido no início da tarde deste sábado, dia 9, Mello demonstrou-se feliz com a acolhida do público e da crítica a seu filme, que tem ecos de Federico Fellini, Os saltimbancos Trapalhões, Jacques Tati e as histórias infantis de Christian Andersen, como enumerou o próprio diretor. "O segundo filme te dá uma sensação de liberdade que é muito importante. Com o primeiro, há uma preocupação em evitar referências de outros trabalhos ou artistas. Agora assumo todos", contou Mello, que estreou na direção com Feliz Natal (2008).
O palhaço é uma deliciosa comédia dramática sobre um artista de circense em crise, que decide abandonar sua trupe e voltar à cidade onde nasceu para descobrir sua verdadeira vocação. "Queria falar sobre temas como identidade, vocação e destino, e a beleza ou o peso desse destino", explicou o ator/diretor. O filme chega ao circuito brasileiro dia 28 de outubro.
O roteiro foi coescrito por Mello e o roteirista Marcelo Vindicato, autor de Feliz Natal. "É um texto sem gorduras, sem diálogos explicativos", elogiou o ator Paulo José, que interpreta Valdemar, pai de Benjamin na vida e o palhaço Puro Sangue no picadeiro. "É um verdadeiro prazer trabalhar com roteiros que conseguem passar sentimentos importantes sem precisar usar palavras. Diálogo explicativo é uma banalidade".
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