Fonte: http://cinema.terra.com.br/noticias/0,,OI5232664-EI1176,00-Selton+Mello+O+Palhaco+faz+referencias+a+Fellini+e+Renato+Aragao.html
Após o sucesso da exibição de O Palhaço na noite sexta-feira (8), Selton Mello e elenco debateram no início da tarde deste sábado (9) os pontos que garantiram os aplausos ao filme. Para o diretor, este seu segundo longa tem, como qualquer outro, muitas referências, mas há nele mais sensação de liberdade do que havia em Feliz Natal (2008). "Preciso falar que tem referência no trabalho de Fellini (Frederico Fellini, renomado cineasta italiano), porque se você aponta uma câmera para um circo, isso já é uma referência ao trabalho dele¿, disse.
Selton ressaltou ainda uma inspiração em Os Trapalhões, especialmente em Renato Aragão. "Didi Mocó Colesterol Sorrisal marcou muito a minha infância e na infância está a chave para todos os segredos da vida. Interpretar um palhaço e fazer aquelas brincadeiras em cena é claramente uma homenagem a ele".
"A temática é algo que mexe muito com as pessoas porque fala de identidade, de vocação, do peso e da beleza que o destino pode ter", emendou. Tendo como objeto de desejo um ventilador, o palhaço Benjamin, personagem interpretado por Selton, expõe a ideia do círculo, de estar sempre rodando e correndo atrás dos sonhos, de chegar onde quiser, mas, ainda assim, ter de voltar ao berço para se redescobrir.
Benjamin, aliás, foi inspirado no artista circense brasileiro Benjamin de Oliveira, famoso palhaço negro que despontou em 1885 e que, ainda criança, chegou a fugir de casa para correr atrás de suas aventuras. Pois bem, o Benjamin de Selton faz o mesmo.
Além dessas inspirações, ele também tentou levar alguns de seus ídolos ao elenco, como é o caso de Moacyr Franco e Jorge Loredo, muito famoso pelo personagem Zé Bonitinho, até hoje no humorístico A Praça é Nossa. Os dois estão muito em sintonia com a produção e, mesmo com suas pequenas participações, se equiparam às belíssimas atuações de Selton e Paulo José na pele dos dois palhaços protagonistas, Pangaré e Puro Sangue.
Seria tudo muito fofo, se não fosse muito mais do que isso, cercado de boas e inteligentes referências mesmo com uma temática tão simples. Mais um detalhe: na volta ao circo, Benjamin sai debaixo da saia de uma das artistas, que como Selton confirmou, é uma referência a Macunaíma, sendo assim também uma homenagem a Paulo José, ator dos dois longas.
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