domingo, 28 de outubro de 2007

Os Animais e monstros nos mangás


Os Animais e Monstros nos Mangás

Por Tiago Bacelar

Depois da consolidação do mangá e do dojinshi no mercado editorial japonês, o leitor deve se perguntar que monstros e animais são aqueles espalhados em todos os gêneros, sejam eles shogaku, shoujo, shonen, sendo comuns adjetivá-los como Kawaii[1]. Os mangakas propositadamente os colocam como seres aparentemente inofensivos, mas, bastante agressivos quando incomodados. Então, por que motivo e quando os mangakas começaram a seguir essa linha editorial?
A resposta para essa questão está no antigo Japão, mais precisamente durante a Era Heian, onde os japoneses começaram a desenhar caricaturas de pessoas em pergaminhos com imagens numa linguagem narrativa. Dentre eles, no período de 1053 a 1140, viveu um monge budista, chamado Toba Sojo, o qual teria criado uma série em quatro volumes, denominada de Choju Jibutsu Kigakan[2], e conhecida como Choju Giga. Existem especialistas, que defendem a teoria, de que apenas dois deles foram produzidos pelo artista. Os primeiros registros do aparecimento de algum monstro em ilustrações podem ser encontrados no Choju Giga. Mas, que tipos de criaturas existem nesses pergaminhos? Fazendo uma análise deles, podem-se encontrar imagens de coelhos, sapos e raposas. Numa forma de sátira, esses animais se portam e se vestem como seres humanos. Nos pergaminhos, os coelhos seriam figuras representativas dos lordes e os sapos seriam dos clérigos budistas. Toba quis fazer um protesto contra as famílias tradicionais e os membros da Igreja, que andavam degradadas, disputando o poder e arruinando as classes menos favorecidas. Na Era Kamakura, essas ilustrações de animais evoluíram para sátiras de ensinamentos budistas, as quais mostravam seqüências grotescas de sofrimento e dor. Mas, o que isso tem haver com os mangás? As respostas são muitas. A principal delas é que os pergaminhos japoneses são fontes inesgotáveis para criação de histórias, de personagens, enfim um deleite para os mangakas.
Um exemplo disso é o pergaminho do século XVI, Nezumi no soushi e-maki[3], onde o protagonista é um rato nobre, que para livrar seus descendentes de viverem como rejeitados pela sociedade, casa-se com uma humana. Mas, como? Simples, ele se transforma em um homem. Entretanto, em uma dessas transformações, a esposa acaba descobrindo que o seu marido é literalmente um rato. Essa obra já mostra características dos quadrinhos, pois se pode perceber a fala de cada um aparecendo ao lado dos seus respectivos personagens, sendo diferente do uso das tradicionais legendas embaixo de cada imagem. Essa obra trouxe, segundo Okuidara[4], “várias influências sobre vários artistas, pois os mesmos passaram a ver como era importante retratar não só humanos, a qual era um costume na época. Era a chegada a hora das ilustrações de animais e de objetos”. Esse foi o meio encontrado pelos criadores, para usarem as suas criações como uma forma de aliviar o estresse do dia a dia.
Enquanto isso, outros desenhistas usaram os pergaminhos como veículo para criticar a sociedade e as injustiças, que eram motivos de constantes protestos, cheios de sentimento e revolta. Pode-se comprovar isso, em várias obras japonesas do século XVII, como a Tsukumogami e-maki[5], lançada em dois volumes por um autor de nome desconhecido, um comerciante de Kyoto. De acordo com o livro Yin-Yang, quando os objetos completam 100 anos de existência, eles se tornam espectros para cumprirem a vingança contra os humanos. Estamos agora no período Kenpo do Japão, num sótão de uma casa abandonada, onde misteriosas vozes estão conversando. Elas dizem que foram jogadas pelos homens ali como se não fossem mais nada. O objetivo deles é mostrar a sociedade que eles ainda servem para alguma coisa.
Nesse meio tempo, o professor Kobun afirma, em uma conversa próximo dali, que todas as criações são iguais. A aparência delas é determinada por Yin, Yan e o Deus da Criação, que dá almas para todos nós. Quando nós perdemos nossas vidas, durante o Festival de Yin-Yan, o Deus da Criação nos transforma em espectros. Dito e feito, os objetos são transformados em espíritos com aparência de homens, mulheres, idosos, crianças, monstros e até mesmo bestas. Não importa como eles estejam, todos trazem medo para a humanidade. Essas entidades decidem trazer sofrimento e fome para os que lhe abandonaram a própria sorte. Quando apavorados e sem perspectiva de continuarem vivendo, os humanos sempre apelam para Deus ou para Buda.
Os espectros vêem que apesar de tudo, a vingança não serve para nada, e acabam ganhando finalmente a purificação eterna e divina. Elas passam a seguir as orientações do Deus da Criação, o único capaz de decidir o futuro dos seres vivos da Terra. Para guiá-los, eles recebem a ajuda de monges e xamãs para viverem como espectros da fé.
Dessa forma, o autor quis fazer uma sátira, à situação em que as pessoas idosas se encontravam, totalmente abandonadas pela sociedade, pelo governo e principalmente pelas famílias. Essa situação não deixa de ser até irônica, pois no Japão de hoje, existe um respeito profundo pelos mais idosos, que depois de se aposentarem podem curtir o resto de suas vidas com viagens, lazer e diversão. Esse clichê de dar vida a objetos é usado até hoje pelos mangakas em suas histórias.
Houve espaço também para histórias de amor entre animais e humanos. No século XVII foi lançada uma série de 13 pergaminhos, chamada de Otogi Zoshi. Dentre elas estava Tamamizu e-maki[6], publicado em dois volumes, que narra a história de uma raposa e sua paixão por uma jovem humana. Estamos na região de Toba, aonde o nobre Takayanagi no Saisho finalmente consegue virar pai de uma linda garotinha, chamada Menotogo no Tsukisae, depois de dedicar sua vida em prol dos deuses.
Passam-se 15 anos, e, a jovem acaba conhecendo a raposa Tamamizu[7], que se apaixona perdidamente por ela a primeira vista. Sem saber disso, Tsukisae volta para a casa, deixando o pequeno animal em dúvida sobre o motivo de tamanha diferença entre eles. Desesperado, Tamamizu transforma-se em uma garota e vai trabalhar na casa de sua amada. Depois de um período, a raposa descobre que Tsukisae tem pavor de cães e de qualquer tipo de animal da raça canina. Dessa forma, ele passa a escrever poemas melancólicos, detalhando todas as agonias de sua paixão impossível.
Nesse meio tempo, a mãe adotiva de Tamamizu fica a beira da morte e seus sentimentos se tornam cada vez mais turbulentos e confusos. Com a ajuda de seu tio raposa, sua mãe é salva, depois de um exorcismo para expulsar os espíritos malignos. Em virtude disso, Tamamizu ganha o título de Chujo no Kimi, destinado para as mulheres que servem à sacerdotisa no Palácio Imperial. Mesmo ao lado de sua amada, ele não está feliz com essa situação e decide revelar o seu amor, através de uma carta, contando até mesmo sobre a sua verdadeira forma. Tamamizu dá instruções para ela abrir a caixa com sua mensagem, quando recebesse sua vestimenta do conselho de sacerdotisa. Depois disso, ele desaparece nas sombras. Passam-se vários anos, e Tsukisae finalmente ler a carta. Quando termina a leitura, as lágrimas caem dos seus olhos. O final triste retrata bem o abismo iria se formar entre os mangás e os quadrinhos ocidentais.
Na série de pergaminhos Otogi Zoshi é possível encontrar uma outra história de amor no universo do Owl e-maki[8], de um autor desconhecido. Só, que desta vez, é entre uma coruja e um passarinho fêmea. O romance começa na montanha Kamewari, localizada na Província de Kaga. A coruja de 83 anos de vida preocupa-se ao saber que o Rei dos Pássaros, a Águia, está apaixonado por sua amada, a Princesa Bullfinch. Ao ouvirem toda a história, o galo Kurozaemon e a garça-real Shinbe sugerem o envio de uma carta, que revelasse tudo. O mais indicado para isso seria o Chapim Gosaku, amigo de infância do amor platônico do protagonista.
Dessa forma, a Coruja consegue convencer Gosaku a enviar sua carta de amor. Enquanto, a Princesa não recebe a correspondência, a Coruja suplica para Buda pelo não rejeitamento do seu pedido de namoro. Caso o pedido fosse atendido, a Coruja iria construir um tempo em ouro e prata em homenagem ao seu salvador. Ao ler a carta, a Coruja entende que a Princesa recusou a idéia de ter algo com ele, pois os mundos deles eram muito diferentes para gerar algum fruto. Entretanto, ele estava errado. Percebendo seu engano, a Coruja parte para o tão esperado encontro com Bullfinch.
Nesse meio tempo, a Águia descobre e envia um assassino para liquidar com a Princesa traidora. Chocado com a morte de sua amada, a Coruja pensa em cometer um haraquiri, mas desisti a pedido da Coruja Kisuke. Ele diz que existe uma chance de salvar sua amada. O protagonista deveria rezar para Azusa no Miko, uma divindade capaz de trazer os espíritos dos mortos de volta para a Terra. Com isso, a Coruja consegue ter a oportunidade de conversar mais uma vez com Bullfinch. Mais aliviado da dor de ver alguém tão querido se despedir tão repentinamente, a Coruja inicia uma longa jornada para passar os ensinamentos de Buda por todas as ilhas japonesas.
Depois dessa fase dos pergaminhos, vieram os mangás propriamente ditos. Um das mais antigas histórias em quadrinhos japonesas que um animal aparece falando e interagindo com humanos é Sho-chan no bouken[9], de Kawashima Katsuichi, publicado em 1914 (Para mais detalhes, veja Capítulo Um deste livro). Nele, o personagem Sho, aventura-se pelo mundo na companhia de um esquilo falante. Em 1931 foi lançado Norakuro, de Tagawa Suiho. A trama aborda as trapalhadas de um cachorro vira-lata de mesmo nome da obra, que decide entrar para o exército japonês.
Mesmo não levando jeito, Norakuro vai conquistando, aos poucos, todos os postos mais altos de comando. Vale-se ressaltar, que os todos os companheiros de Norakuro no exército eram animais, não havendo, assim, a presença de humanos. Entretanto, em muitos deles, como no mais famoso desse gênero, Kimba, de Osamu Tezuka, os mundos dos animais e dos humanos acabam de um jeito ou de outro se encontrando. Mesmo havendo várias tentativas por parte de alguns mangakas de mudar essa situação, não adianta. As histórias de animais sem humanos é algo raro e sem chance de acontecer, em virtude de não haver interesse por parte das editoras japonesas em publicar esses tipos de mangás.
Confirmando essa perspectiva, em 1940, chegou Kasei tanken[10], de Taro Asahi e Noboru Oshiro, o protagonista tem como assistentes na sua expedição ao planeta Marte, um cão e uma gata, que se vestem e se comportam como humanos. Esse título lembra e retrata os famosos mangás de Ficção Científica, criados por Osamu Tezuka e Komatsu Sakyo. Durante o período da Segunda Guerra Mundial, o mangaka Keizo Shimada lançou o mangá Boken Dankichi[11]. Nesse título, o garoto Dankichi montou um esquisito exército, onde hipopótamos eram submarinos e os elefantes tinham a forma de tanques.
Nas duas décadas seguintes, muitas revistas shoujo resolveram trazer histórias com bichos, onde a maioria dos mangakas inspirava-se no mundo real, se utilizando nas histórias de animais de estimação, feras e outras vidas silvestres. Dentre elas estava Oshare no Mike-chan[12], onde uma gata da raça Mike, cuja origem é japonesa, se aventura pela vizinhança. A narrativa dessa obra é simples e de fácil entendimento pelo leitor. Entre 1953 e 1969, esses mangás foram marcados pelas histórias tristes de Matsumoto Akira, conhecido hoje como Matsumoto Leiji.
Os animais eram retratados de forma melancólica, pois Leiji não estava feliz desenhando esses tipos de mangás. Ele era obrigado pelos editores a seguir essa linha, a qual era a mesma do grupo 24-Nengumi. Sua carreira começou em 1953, na revista Manga Shonen, com a publicação da obra Mitsubachi no Bouken. Nos anos 60, se casou com a também desenhista Maki Miyako. Matsumoto só voltaria se empolgar com a profissão a partir dos anos 70, quando criou vários clássicos como Uchyu Senkan Yamato[13], Captain Harlock, Ginga Tetsudo 999[14] e Sennen Jo'ou[15].
No período que publicou mangás shoujo, Leiji desenhou vários personagens animais como: cãezinhos, ratinhos e gatinhos, que na sua maioria eram órfãos e sofriam com a perda da mãe. Dessa forma, o convívio do animal com o ser humano começa a aparecer de várias formas no mangá. Esse estilo acabou se tornando uma das marcas registradas do mangá moderno, criado por Osamu Tezuka e o grupo Tokiwa. Uma dessas variações pode ser vista no mangá Wata no Kuniboshi[16] , feito em 1974, por Yumiko Ooshima, a mesma que fazia parte da 24-Nengumi, sempre lutando pela consolidação do shoujo como estilo. Na história, a protagonista Neko, uma gata, foi abandonada pela primeira dona ainda bebê. Encontrada na rua faminta, Neko é levada para a família de uma outra família de humanos, onde ela vive grandes aventuras.
O mangá Bono-Bono, de Igarashi Mikio, começou a ser retratado em tiras, a partir de 1986, em um dos jornais mais importantes do Japão, o Asahi Shibum. Ele aborda o cotidiano de uma família de lontras. No ano seguinte, Bono-Bono ganhou sua versão encadernada, sendo encerrado em julho de 2003, com 23 volumes. Nas histórias desse gênero de mangás, a maioria dos animais compreende o que os humanos falam, mas, o inverso não acontece.
Os homens só supõem o que está sendo emitido pelos bichinhos. Essa busca para solucionar a dificuldade de comunicação entre o homem e o animal foi mostrada recentemente, em 1997, no mangá Guru-guru Pon-chan, de Satomi Ikezawa, publicado na revista Bessatsu Friend. Logo no início da história, o personagem Koizumi Yosuke inventa o Guru-guru Bone, um osso artificial que visava fazer com que a cadela da família, da raça Golden Retriever, chamada de Pon, pudesse falar. Mas, algo saiu errado e em vez de falar, Pon acaba virando um ser humano.
Porém, os efeitos não são permanentes. Dessa forma, ao girar o osso, ela volta a ser cachorro e quando está como animal, basta lambê-lo para virar humana novamente. Aparentemente, ela é para os que a vêem uma jovem qualquer e normal. Mas, na verdade, internamente, ela continua sendo um cachorro e não compreende os humanos. Por isso, em vários momentos da história, Pon corre atrás de gatos e prefere pescar com os dentes, em vez de usar uma vara de pescar.
Por ser considerado um shoujo mangá, obviamente tem romance e fantasia, e é daí que está o fator cômico dessa obra de Satomi Ikezawa. A autora começou sua carreira em 1984, com a obra Tenshi no Pheromone, na Bessatsu Friend. Em 1987, lança um dos seus maiores sucessos, Othelo. A trama conta à história de Yaya Higuchi, uma jovem de 16 anos, que começa a ter um sentimento profundo de tristeza e solidão. Ela não sabe nada sobre Nana, a outra personalidade completamente diferente da de Yaya e que está escondida em seu interior.
A banda de rock Juliet, formada por jovens bonitos, se separa. Mas, Yaya e outras garotas, fãs do grupo, continuam se vestindo como se fossem membros da Juliet. Certo dia, Yaya encontra, na escola, Harajuku, o vocalista da banda. Suas colegas de classes, Seri e Moe, descobrem esses encontros e começam a judiar de Yaya por se encontrar com um roqueiro. Ela fica muito chateada e se olha no espelho. De repente, seu alterego, Nana, assume o corpo de Yaya e dá uma verdadeira surra em Seri e Moe.
Depois desse incidente, toda vez que judiam de Yaya, Nana aparece para aplicar seu “julgamento divino”. Nana se aproxima de Moriyama, um garoto que Yaya gosta e o beija. Pula de um trem em movimento. Yaya sempre acorda sem se recordar de nada e com um sentimento de culpa em seu interior. Um mangá que segue basicamente a mesma linha, é D.N. Angel, de Yukiro Sugisaki, publicado pela Square Enix. No caso dessa série, Daisuke Niwa, sabe do seu outro ser, Dark Mousy, e pode até conversar com ele. Ao ver a foto de sua amada, Daisuke sente um aperto no seu coração e vira Dark Mousy. Seu alterego é um anjo negro, que rouba objetos com energia maligna para selá-las. Ikesawa se destacou também por mangás shoujo de sucesso como Mars.
Em Guru-guru Pon-chan, há um personagem, vizinho da família Koizumi, chamado Mirai Iwaki. Quando Pon se transforma em humana pela primeira vez, ela fica assustada e sai correndo para rua. Exatamente, no momento em que ia ser atingida por um carro, Pon acaba sendo salva por Mirai. Na seqüência, ela fica vermelha e se apaixona ele. A partir desse ponto, Ikesawa começa a fazer com que os leitores reflitam sobre a paixão exagerada do homem por um animal. O estudante de colegial, Mirai, acaba sendo contratado para ser a babá de Pon.
No decorrer da trama, ele passa por sérios apuros para que não descubram a identidade de sua amada, pois como Pon é igual a qualquer cadela, ela também entra no cio duas vezes por ano, provocando os machos, outros animais e humanos com o seu poderoso Pheromônio[17], gerando grande confusão. Além dessa obra de Ikezawa, existe também o mangá Chiisana Ochakai[18], produzido em 2000, pelo mangaka Nekojuu Jisha, e publicado na Hanamaru Comics, pela editora Hakusensha. A obra conta à vida diária de um casal de gatos, vivendo em eterna lua-de-mel. Os mangakas estão na verdade substituindo alguns personagens humanos por animais.
Da mesma forma que Toba Sojo usou de sapos e coelhos para criticar a sociedade da época, os mangás os utilizam para criar uma empatia mais fácil com os leitores. Entre um madeireiro barbudo e um gatinho indefeso, qual causaria mais simpatia por parte, por exemplo, do público infantil? A resposta é óbvia. O autor Nekojuu Jisha deve ter pensado o mesmo quando escolheu gatos para contar a sua história. Imaginem a cena de um gato gordinho e com o pêlo bem lisinho, todo desengonçado, comendo pipoca num sofá. Caros leitores pensem nessa mesma situação, sendo feita por um homem obeso, de cabelo e barba por fazer, com aparência de marginal ou até de vilão da história. Muitos achariam a primeira seqüência bem kawaii, enquanto a segunda, não seria nada agradável. Nekojuu Jisha fez o uso de gatos pela sua fantasia e romantismo.
Atualmente, muitos mangás usam animais como mascotes dos protagonistas. Podem-se encontrar vários exemplos em: Sailor Moon, de Naoko Takeuchi, existem os três gatos: Luna, Ártemis e Diana; no shonen Yu-Yu Hakusho, o pássaro Puu; no shonen, Matantei Loki Ragnarok, Ecchan; no shonen D.N.Angel, Uizu; e no shonen Tenchi Muyo, Ryokki. Na maioria das vezes, mesmo sendo inofensivas, essas criaturas, no decorrer da trama, acabam ganhando uma importância muito grande para a realização da missão por parte dos heróis e heroínas. Em Rayearth, Mokona é decisivo para a escolha da personagem Hikaru Shidou como o novo pilar de Zephir, que resultou no fim da destruição daquele reino, dando início a sua reconstrução por parte dos seus habitantes.

Através dos mangás, o Japão produziu vários animais e criaturas para cativar o público como o Doraemon, de Hiroshi Fujimoto e Motoo Abiko. Tudo isso ajudou no processo de consolidação do quadrinho japonês como uma grande força de expressão. O surgimento das grandes editoras ajudou no surgimento dos diferentes tipos de mangás, na segmentação por público, por sexo e por faixa etária, enfim, só faltava agora o mangá ser aceito com produto de exportação da cultura japonesa, quebrar barreiras culturais e ser exportado para outros países. Como isso aconteceu? Quais foram os primeiros países aonde o mangá chegou? Que dificuldades o mangá teve nesses países? Bem, as respostas para todas essas perguntas estarão na nossa próxima história.
[1] Monstrinhos e animais bonitinhos.
[2] Animais retratados em ilustrações feitas em pergaminhos.
[3] Pergaminho dos ratos que possuem um livro.
[4] OKUDAIRA, H. Emaki: Picture scrolls. Osaka, Japão: Hoikusha. 1976.
[5] Pergaminhos daqueles que incorporam uma alma.
[6] O conto de Tamamizu.
[7] Bolha d’água.
[8] Conto da Coruja.
[9] As aventuras de Sho e seu esquilo.
[10] Expedição ao Planeta Marte.
[11] As aventuras de Dankichi.
[12] A charmosa e pequena Mike.
[13] Encouraçado Espacial Yamato.
[14] Expresso Galáctico 999.
[15] A Rainha Milênia.
[16] Planeta do País de Algodão.
[17] Hormônio responsável pela atração entre sexos apostos. Seria como se alguém fosse atraído pelo seu cheiro.
[18] Um pequeno chá da tarde.

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