Recife – Rabé, Rabel, Rebel, Rabil, Raben, Rabec, Rebeca, Rebeb, Rebeba, Rubeba, Rabebillo, Rebequim, Rabequim, Rabecão, Rabeca. Para um só instrumento musical, uma miríade de nomes. Sua origem, porém, é única: nasceu, com certeza, em terras árabes.
Mas descende de antigo e nobre instrumento indiano, cercado de lendas e mistérios. Nômade, percorreu caminhos e desertos, seguindo destinos impensáveis. Rabeca de caixa de charuto Pelos Mouros foi levada para a Europa, onde fez tremendo sucesso entre os menestréis da Idade Média. Freqüentou castelos e tabernas, sem preconceitos.
Ganhou irmãos – a Lira, na Espanha -, formou família e teve um bisneto, que a superou em fama e sofisticação. Nada menos que o venerável Violino de nossos dias. Segundo Mário de Andrade, no Dicionário Musical Brasileiro, Rabeca é como “homens do povo” chamam o violino no Brasil. Escreveu ele: “Nas classes cultas é voz que já não se escuta mais”.Mas a nossa Rabeca é bem mais que isso. E, cá entre nós, azar dos que a ignoram ou não a conhecem!
A origem da nossa Rabeca remonta a um antigo instrumento chamado de Ravan Hatta, tocado até hoje na Índia. Segundo as lendas mitológicas indianas, ele foi criado pelo Rei-demônio de Ramayan, Ravana. Pesquisadores acreditam que o antepassado da nossa Rabeca já existia na Índia desde 400 antes de Cristo.
Entre os séculos VI e VII, o Ravan Hatta viajou para a Pérsia junto com os árabes, que fizeram surgir o Rababeh. Com isso, esse instrumento passou a ter uma corda simples e uma caixa sonora quadrada. Atribui-se a Al-Farabi, no século X, a primeira menção ao Rababeh. Nascido em 870, em Farab, no Turbequistão, Abu Nasr Muhammad Al-Farabi viveu em Bagdá, onde aprendeu medicina com o médico cristão Yuhanna bn Haylan. Foi, também, discípulo de outro cristão Abu Bisr Matta, tradutor de Aristóteles.
Al-Farabi viveu também em Alepo e Damasco, onde faleceu aos 80 anos em dezembro de 950. Ele escreveu várias obras de filosofia, matemática e medicina, comentando as obras de Platão e de Aristóteles. Muitos desses manuscritos se perderam, só restando uns trinta em árabe, seis em hebraico e três em latim. São nesses papeis que há referências sobre o Rababeh, a nossa rabeca. Entretanto, atualmente, muitos pesquisadores afirmam que o filósofo Ali de Isphahan relatou em seus manuscritos, que o Rababeh era usado na corte de Bagdá (antiga Pérsia, hoje Iraque), dois séculos e meio antes do registrado por Al-Farabi.
Durante a invasão dos Mouros, em meados dos séculos X e XI, a Rabeca viajou para a Espanha, onde foi batizada de Rebec. Os europeus adotaram-na rapidamente, como ins-trumento musical usado pelos menestréis – tremendo sucesso entre os bardos da Idade Média. Conta-se que a Rabeca viajou por muitos castelos, até que se tornou instrumento comum a nobres e plebeus.
Quando toda a Europa passou a exigir instrumentos mais elaborados, que permitissem mais recursos sonoros e melhor execução, a Rabeca ganhou vários parentes, como a Lira, na Espanha. Foi nesse processo de crescimento familiar, que, pelas mãos de mestres artesãos italianos, descendentes da Rabeca deram origem ao Violino.
Apesar de tantas modificações e sofisticações, no interior da Europa, a Rabeca manteve a sua forma rústica, original, e passou a ser produzida por quem a tocava. Como tudo que envolve a vida da Rabeca, sua chegada ao Brasil é cercada de mistérios e imprecisões. Acredita-se que ocorreu entre os séculos XVI e XVII, no início da exploração do país por Portugal.
Construção & Afinação
Entre os séculos VI e VII, o Ravan Hatta viajou para a Pérsia junto com os árabes, que fizeram surgir o Rababeh. Com isso, esse instrumento passou a ter uma corda simples e uma caixa sonora quadrada. Atribui-se a Al-Farabi, no século X, a primeira menção ao Rababeh. Nascido em 870, em Farab, no Turbequistão, Abu Nasr Muhammad Al-Farabi viveu em Bagdá, onde aprendeu medicina com o médico cristão Yuhanna bn Haylan. Foi, também, discípulo de outro cristão Abu Bisr Matta, tradutor de Aristóteles.
Al-Farabi viveu também em Alepo e Damasco, onde faleceu aos 80 anos em dezembro de 950. Ele escreveu várias obras de filosofia, matemática e medicina, comentando as obras de Platão e de Aristóteles. Muitos desses manuscritos se perderam, só restando uns trinta em árabe, seis em hebraico e três em latim. São nesses papeis que há referências sobre o Rababeh, a nossa rabeca. Entretanto, atualmente, muitos pesquisadores afirmam que o filósofo Ali de Isphahan relatou em seus manuscritos, que o Rababeh era usado na corte de Bagdá (antiga Pérsia, hoje Iraque), dois séculos e meio antes do registrado por Al-Farabi.
Durante a invasão dos Mouros, em meados dos séculos X e XI, a Rabeca viajou para a Espanha, onde foi batizada de Rebec. Os europeus adotaram-na rapidamente, como ins-trumento musical usado pelos menestréis – tremendo sucesso entre os bardos da Idade Média. Conta-se que a Rabeca viajou por muitos castelos, até que se tornou instrumento comum a nobres e plebeus.
Quando toda a Europa passou a exigir instrumentos mais elaborados, que permitissem mais recursos sonoros e melhor execução, a Rabeca ganhou vários parentes, como a Lira, na Espanha. Foi nesse processo de crescimento familiar, que, pelas mãos de mestres artesãos italianos, descendentes da Rabeca deram origem ao Violino.
Apesar de tantas modificações e sofisticações, no interior da Europa, a Rabeca manteve a sua forma rústica, original, e passou a ser produzida por quem a tocava. Como tudo que envolve a vida da Rabeca, sua chegada ao Brasil é cercada de mistérios e imprecisões. Acredita-se que ocorreu entre os séculos XVI e XVII, no início da exploração do país por Portugal.
Construção & Afinação
No Brasil, encontramos a rabeca principalmente nas Regiões Norte e Nordeste, confeccionadas por artistas populares em comunidades rurais. Há rabecas com três a seis cordas. A construção, a afinação e a maneira de tocar mudam conforme a região de origem, assim como o material utilizado na sua confecção. A rabeca tanto pode ser de madeira, de cabaça ou de bambu e o número de cordas também varia podendo ter três, quatro ou cinco cordas.
Ultimamente, tem sido difundida por músicos populares que a trouxeram para os grandes centros urbanos. A rabeca nordestina é a mais conhecida entre nós, principalmente porque os rabequeiros pernambucanos são muito atuantes: Antônio Nóbrega; de Siba (rabequeiro do Mestre Ambrósio); Mestre Salú, Nélson da Rabeca (alagoano), entre muitos.
Ultimamente, tem sido difundida por músicos populares que a trouxeram para os grandes centros urbanos. A rabeca nordestina é a mais conhecida entre nós, principalmente porque os rabequeiros pernambucanos são muito atuantes: Antônio Nóbrega; de Siba (rabequeiro do Mestre Ambrósio); Mestre Salú, Nélson da Rabeca (alagoano), entre muitos.
Um comentário:
Cara, achei este seu "blog" bem por acaso, meus parabéns pelo conteúdo, eu mesmo sou desenhista, escritor e pintor (sem renda; até o dado momento!); pode crer?
AH sim: eu também gosto de eventos de animés e mangás mas, não uso nenhum "cosPlay", muito quente (Risos!); beleza?
Abraços e nos vemos por aí; tudo bem?
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