quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Ricardo Cruz e Koji Wada gravam música juntos!
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
O subconsciente de dois gênios Por Tiago Bacelar
Stanley Kubrick
Stanley Kubrick nas filmagens de 2001 - Uma Odisséia no Espaço
Arthur SchnitzlerUma das formas de se contar uma história no cinema é construir o tempo diegético do filme pelo psicológico dos personagens. Nesse tipo de produção, nós espectadores somos levados para dentro do subconsciente do personagem, nos identificamos com ele, sabemos seus desejos, suas angústias, seus pensamentos e seus medos. Como ótimo exemplo desse tipo de abordagem, temos o filme “De Olhos Bem Fechados”, produzido em 1999, por Stanley Kubrick, baseado no conto “Traumnovelle (História de um Sonho)”, de Arthur Schnitzler.
Stanley Kubrick roteirizou e dirigiu filmes magníficos como Laranja Mecânica, 2001 – Uma Odisséia no Espaço e O Iluminado, morrendo em 1999. Arthur Schnitzler foi um renomado médico, psiquiatra e psicanalista austríaco, escritor de dezenas de dramas e novelas, abordando em suas tramas o monólogo interior e o subconsciente dos seus personagens. As obras Schnitzler influenciaram Freud. Ele faleceu em 1931, na cidade de Viena.
Em 1926 houve a publicação do conto “Traumnovelle” sobre as alucinações de um médico, após a revelação de infidelidade da esposa, na decadente Viena, ainda traumatizada pelo fim do Império Austro-Húngaro. Dessa forma, o filme firma-se como uma perfeita adaptação da obra de Schnitzler, levando o universo diegético de Viena para um retrato fidedigno da sociedade americana contemporânea.
Ao iniciarmos a sessão do filme, nós espectadores somos levados a submergir profundamente no subconsciente do médico Bill Harford (Tom Cruise) e de sua esposa Alice (Nicole Kidman). A crise instaurada pela revelação da traição da esposa reverbera magnificamente nas interpretações de Cruise e Kidman problemas que igualam a sociedade diegética do filme com o mundo real, tais como: álcool, drogas, feminismo, prostituição, problemas de relacionamento e violência.
De Olhos bem fechados é guiado pela bela e tensa música do piano do amigo de faculdade de Bill, Nick Nightingale, atuando como elo dramático do protagonista e do ritmo narrativo nos momentos de tensão. Ainda nesse aspecto, no filme, o jazz atua como elemento da traição, o pop do amor e a ópera da angustia e do medo.
É também o pianista responsável pelo início do surto psicótico de Tom Cruise, aonde vemos em seu subconsciente alucinações da traição da esposa. A cena genial, macabra e tensa do ritual mascarado de orgia e sexo revela ao espectador a questão das máscaras que cada ser humano utiliza para jogar com verdade, mentira, e se adaptar a determinada situação e regras da sociedade. Em meio a esse local de poder e sedução, o protagonista despeja sua melancolia na tentativa de descobrir seu monólogo interior e encontrar uma forma de salvar seu casamento. Nessa busca do eu e do ego, Kubrick foi embora desta vida, deixando para o público esse último e belo resultado do seu subconsciente.
O anti-cinema de Sganzerla Por Tiago Bacelar
No elenco de A Mulher de Todos, encontramos Stênio Garcia, Antônio Pitanga (pai de Camila Pitanga) e Jô Soares, atuando como estepes e escravos da estupenda atuação extravagante e debochada de Helena Ignez. De cinco em cinco minutos, através de Ângela Carne e Osso, nós espectadores somos levados para um mundo diegético irônico com a narrativa clássica, exagero estético, planos anárquicos e imprevisíveis e linguagem de história em quadrinhos.
Helena Ignez inaugurou com Ângela Carne e Osso um novo estilo de representação feminina no cinema com anarquia corporal, blasfema contra os homens que ama, não se limitando somente a questão da sedução.
Em Sem Essa Aranha, Sganzerla usa e abusa do sarcasmo, principalmente na clássica cena de Helena Ignez dizendo para a câmera, repetidas vezes que está com fome, enquanto um banqueiro/político promete mudar o Brasil com promessas absurdas e irreais. Curiosamente, o filme contou com a participação especial de Luiz Gonzaga como ator e compositor da trilha.
Sganzerla fez em 2003 O Signo do Caos atingindo o ápice do seu anti-cinema, marcado pela anti-narrativa e irrelevância da técnica cinematográfica. Como o próprio nome do filme diz, o caos reina, uma regressão é feita, o preto e branco ressurge, o som de qualidade desaparece. Tudo vira uma fotografia embasada, antiga, sem nenhum significado.
Contrariando todo esse caminho de trevas em seu cinema, Sganzerla partiu desta vida em 2004 sem realizar um sonho, refilmar o Bandido da Luz Vermelha com Alexandre Borges, ator da Rede Globo. O título do filme no roteiro deixado por Sganzerla revela bem essa mudança radical que poderia ocorreu na sua forma de fazer cinema. O nome desse remake seria “Luz nas Trevas – A Revolta da Luz Vermelha”. Se isso ocorreria, nunca saberemos.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Video Research: audiência de anime na TV aberta (14/09 - 20/09)
14.2% Sazae-san (20/09 18:30 Fuji TV)
13.0% Crayon Shin-chan (18/09 19:30 Asahi)
12.2% Doraemon (18/09 19:00 Asahi)
9.2% One Piece (20/09 9:30 Fuji)
9.0% Meitantei Conan (19/09 18:00 NTV)
8.9% Chibi Maruko-chan (20/09 18:00 Fuji)
7.9% Dragon Ball Kai (20/09 9:00 TV Tokyo)
7.1% Fresh Pretty Cure (20/09 8:30 Asahi)
6.4% Pokemon DP Especial (17/09 19:00 TV Tokyo)
5.8% Mainichi Kassan (16/09 19:00 TV Tokyo)
5.7% Inazuma Eleven (16/09 19:26 TV Tokyo)
4.9% Lilo & Stitch Especial - fim (14/09 19:00 TV Tokyo)
4.3% Yatterman (20/09 7:00 NTV)
3.4% Tokyo Magnitude 8.0 - fim (17/09 25:00 Fuji)
3.3% Atashinchi - fim (19/09 11:20 Asahi)
3.1% Bleach (15/09 18:00 TV Tokyo)
3.1% Battle Spirits (20/09 7:00 Asahi)
2.9% Gokujo! Meccha Mote Iinchou (19/09 9:00 TV Tokyo)
2.9% Anpanman (18/09 16:30 NTV)
2.8% Fullmetal Alchemist (20/09 17:00 TBS)
2.7% Golgo 13 - reprise (20/09 23:06 TV Tokyo)
2.7% Gintama (17/09 18:00 TV Tokyo)
2.6% Metal Fight Bayblade (20/09 8:30 TV Tokyo)
2.6% Uchi no 3 Shimai (15/09 17:30 TV Tokyo)
2.5% Saki (20/09 26:12 TV Tokyo)
2.3% Keroro Gunsou (19/09 10:00 TV Tokyo)
2.2% Shugo Chara! Dokki (19/09 9:30 TV Tokyo)
2.0% Hayate no Gotoku!! - fim (18/09 25:23 TV Tokyo)
1.9% Shin Mazinger (19/09 23:35 TV Tokyo)
1.9% Kaiji - reprise (15/09 25:29 NTV)
1.9% Naruto - reprise (16/09 17:30 TV Tokyo)
1.9% Taisho Yakyuu Musume (17/09 25:59 TBS)
1.7% Yu-Gi-Oh 5D's (16/09 18:00 TV Tokyo)
1.6% Naruto - reprise (17/09 17:30 TV Tokyo)
1.6% PandoraHearts (17/09 25:29 TBS)
1.6% Kanamemo (20/09 24:42 TV Tokyo)
1.4% Katekyo Hitman Reborn! (19/09 10:30 TV Tokyo)
1.4% Souten Kouro (15/09 24:59 NTV)
1.2% Tytania (17/09 24:45 NHK)
1.2% Arad Senki (18/09 26:45 TV Tokyo)
1.1% Cross Game (20/09 10:00 TV Tokyo)
1.0% Jewel Pet (20/09 9:30 TV Tokyo)
0.9% Basquash! (18/09 25:55 TBS)
0.7% Phantom (17/09 26:15 TV Tokyo)
0.5% Liveon Cardliver (20/09 10:30 TV Tokyo)
0.3% Umi Monogatari - fim (18/09 26:40 TBS)
domingo, 20 de setembro de 2009
Polícia japonesa confirma morte do criador de Shin-chan
Yoshito Usui (no centro) 1958-2009A polícia da Província de Gunma, local cercado por montanhas de até dois mil metros de altura, divulgou hoje nota oficial, informando que o corpo encontrado ontem abaixo da montanha Arafuneyama é mesmo do criador da série Crayon Shin-chan, Yoshito Usui. Segundo a polícia, Isui foi encontrado com vários ossos fraturados e os pulmões esmagados. O reconhecimento foi feito pela família com base na arcada dentária e nas roupas que estava usando. Ele estava sumido desde o dia 11 de setembro, quando avisou a família que iria escalar a montanha. Yoshito Usui caiu de uma altura de 120 metros e morreu aos 51 anos. O motivo da queda ainda é desconhecido. O desenhista era praticante de hiking/montanhismo (caminhada em trilhas).
VIDA
Yoshito Usui nasceu no dia 21 de setembro de 1958 em Shizuoka. Antes de fazer Shin-chan, Usui produziu os mangás Mix Connection, Scrambled Egg, Super Shufu Tsukimi-san, Supper Mix e Unbalance Zone. Estava morando em Kasukabe, em Saitama, no Japão.
SUCESSO
A primeira aparição de Crayon Shin-chan foi em 1990 na revista semanal japonesa chamada Manga Action, publicada pela Futabasha.
Sua adaptação em anime iniciou-se em 13 de Abril de 1992, na TV Asahi, onde é exibido até hoje, completando mais de 15 anos de Shin-chan na televisão, sendo considerada uma das séries de animação mais longas do mundo, com mais de 800 programas (aproximadamente 2000 episódios). E constantemente é uma das séries de animê com maior audiência no Japão com média de mais de 12 pontos, sempre estando entre os cinco primeiros.
No Brasil o Shin-chan foi inicialmente exibido pela extinta Fox Kids em 2003, e retornou em 2005, pelo canal Animax, aonde está até hoje. O mangá também foi lançado no Brasil pela Panini, mas não passou de dez edições.
FUTURO
Grande sucesso no Japão, o mangá do Shin-chan chega ao fim de forma melancólica e quanto ao anime, a TV Asahi ainda decidirá se continuará ou não exibindo. Muito provavelmente continue já que Shin-chan é um dos seus carros-chefes.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Anticristo: Polêmica ou Falácia? Por Tiago Bacelar
Antes de iniciar o filme, teve a tradicional animação da Allianz com personagens bonitinhos e engraçados, como Charles Chaplin, em 3D, explicando as normas de segurança da sala de exibição. Tudo a ver com a sandice que se esperava ver após essa propaganda e os trailers dos filmes a estrearem ainda. Durante a exibição de Anticristo, tive a certeza de ter escolhido o lugar certo, ao ver ali, na telona, uma trama, com muitas características, semelhantes dos tradicionais e bons suspenses hollywoodianos, exibidos pela TV Globo no Supercine.
É o caso, por exemplo, da história, que se trata de um casal, cuja mulher com traços de psicopatia, ao saber que o marido quer largá-la, decide torturá-lo psicologicamente e fisicamente, para depois matá-lo. O final seria a morte da psicopata. Como em Lars Von Trier, nada é tão simples assim, o espectador é levado para um suspense diferente, autodidático e carregados de metáforas visuais. O filme Anticristo é intenso, mas não chega a ser algo considerado extremamente “polêmico” ou “cabeça”.
Por ser um suspense não tradicional, foi legitimado pela crítica internacional para ser exibido em Cannes e em salas de filmes “cabeça” como o cinema da Fundaj. O próprio Lars Von Trier disse em uma entrevista não ter usado nessa produção nem “50% do seu intelecto”. Anticristo é dividido em seis capítulos: Prólogo, Luto, Dor, Desespero, Três Mendigos e Epílogo. Obviamente, o número seis é uma referência a besta, ao satanás, a filha do demônio, genialmente bem representada pela atriz Charlotte Gainsbourg, vencedora da Palma de Ouro em Cannes por este papel. Lars Von Trier inicia seu prólogo com uma seqüência belíssima super lenta, aonde mínimos detalhes são mostrados.
Vemos no mesmo momento, com o tempo andando suavemente, o casal em cenas de sexo explícito intercalado com planos do filho deles saindo do berço; a garrafa com bebida sendo derrubada; o filho indo em direção a janela; a garrafa caindo e a bebida sendo expelida; o filho segurando um urso de pelúcia atravessa a janela, a garrafa continua caindo; o menino cai; a garrafa chega ao chão, o menino também e o casal atinge o clímax. Tudo isso ao som de Lascia Ch’io Pianga, de Händel, com vocal da soprano norueguesa Tuva Semmingsen.
A partir do capítulo dois, Von Trier apresenta os três mendigos, importantes para a conclusão da história. No Luto, surge o veado, representando o marido (Willem Dafoe) acuado pelo início do surto psicótico da esposa. Na dor, aparece à raposa se auto-flagelando, aonde as mutilações reverberam tanto no corpo do marido como na esposa. No desespero, o corvo revela-se para comer a carniça. É o momento em que tortura, sexo explícito e morte se revelam íntimas. A psicopatia da mulher chega a um nível extremo de loucura e perversidade.
Após ver William Dafoe, numa magistral atuação, sendo violentado sexualmente, torturado psicologicamente, castrado, parafusado na perna, e apunhalado nas costas, o espectador tem a revelação no epílogo por uma metáfora de que o marido seria o próprio Cristo. Anticristo é um ótimo suspense que a vale a pena ser visto, seja no Supercine, no Multiplex, na Fundaj ou no Festival de Cinema, em Cannes.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Janela Internacional de Cinema do Recife anuncia curtas selecionados
A 2ª edição do Janela Internacional de Cinema do Recife anunciou hoje os curtas-metragens que irão concorrer nas suas duas mostras competitivas - nacional e internacional. Para dar destaque ao melhor da produção local, o festival preparou também a mostra Janela Pernambucana, a partir de uma criteriosa seleção dos últimos curtas realizados no estado. O evento ainda contará com mostra de longas-metragens e sessões de filmes com focos especiais, que terão suas programações divulgadas posteriormente.
A curadoria do festival foi formada pelo crítico e cineasta Kleber Mendonça Filho, pela produtora Emilie Lesclaux, pelo roteirista Luiz Otávio Pereira, pelo crítico de cinema Fernando Vasconcelos e pelo jornalista Rodrigo Almeida.
Para as mostras competitivas participarão 72 curtas metragens, 35 na mostra nacional e 37 na internacional. Já para a mostra especial Janela Pernambucana, a comissão de seleção optou por uma seleção de oito curtas que ganharão destaque na mostra não-competitiva.
Competição Internacional:
1) A day in a life, de KWOK Zune - Hong Kong, 17’
2) A day in your life, de Bruno Guaraná - Estados Unidos – Brasil, 7’
3) A Letter to Uncle Boonmee, de Apichatpong Weerasethakul -Tailândia – 18’
4) Ari / Ants, de Nakamura Tomomichi - Japão, 11’
5) Blind Bund, de Seb Coupy - França, 5’
6) Cabaret Kadne, de Marc Riba & Anna Solanas - Espanha, 5’
7) Canção de amor e saúde / Song of Love and Health, de João Nicolau - Portugal, 35’
8) Cicada, de Amiel Courtin-Wilson - Austrália, 9´
9) Dearest, de Ian Strang - Canadá, 5’
10) Destination Finale, de Philip Widmann - Alemanha, 9’
11) Domenica 6 Aprile ore 11:42 / Sunday 6th April, 11:42 a.m. , de Flatform- Itália, 13’
12) Drömmar fran skogen / Dreams from the Woods, de Johannes Nyholm - Suécia, 9’
13) Fuga / Fugue, de Galina Myznikova and Sergey Provorov - Rússia, 19’
14) Horn Dog, de Bill Plympton - Estados Unidos, 4’30
15) Houna and Manny, de Jared Katsiane - Estados Unidos, 10’
16) Jade, de Daniel Elliot - Inglaterra, 15’
17) Les Ongles / The Nails, de Clément Deneux - França, 7’47’
18) Looploop, de Patrick Bergeron - Canadá, 5’
19) Marker, de Susanna Wallin - Inglaterra, 12’
20) Metropolis Ferry, de Juan Gautier - Espanha, 16’
21) Milbe / Mite, de Karl Tebbe – Alemanha, 6’
22) Missen / Missing, de Jochem de Vries - Holanda, 12’
23) Murphy , de Bjorn Melhus- Alemanha, 3´30
24) Noche Adentro / Night inside, de Pablo Lamar - Paraguai – Argentina, 17’
25) Nora, de Alla Kovgan, David Hinton - Estados Unidos, 35´
26) Peau Neuve / New Skin, de Clara Elalouf - França, 13’
27) Plane Days, de Benjamin Kracun, Ewan McNicol - Inglaterra, 15’
28) Please Say Something, de David OReilly - Alemanha, 10’
29) Rikkomus / Outrage, de Theo Solnik - Alemanha, 23’
30) The Conservatory, de Matilda Tristam - Inglaterra, 2´30´´
31) Time and Again, de Antonio Mendez Esparza - Estados Unidos, 27’
32) Triangulum, de Gustavo Jahn & Melissa Dullius - Alemanha – Brasil, 22’
33) Two ways, de Viola Groenhart - França, 8’
34) Vilay / Dissolution, de UMESH VINAYAK KULKARNI - Índia, 13’
35) Was übrig bleibt / Left behind, de Fabian Daub & Andreas Graefenstein - Alemanha, 13’
36) We 1st Person Plural, de Vika Kirchenbauer - Alemanha, 11’
37) Xiao jiang / Escape, de Charlotte Liam Lay Kuen - Malásia, 26’
Competição Nacional:
1) 98001075056, de Felipe Barros - São Paulo – 3’
2) A arquitetura do corpo, de Marcos Pimentel - Minas Gerais – 21’
3) A Casa dos Mortos, de Débora Diniz - Distrito Federal– 24’
4) A Montanha Mágica, de Petrus Cariry - Ceará – 13’
5) A Mulher Biônica, de Armando Praça - Ceará – 19’
6) As Sombras, de Juliana Rojas e Marco Dutra - São Paulo – 15’
7) Bomba!, de Lara Lima, Marcelo Lima e Renato Coelho - São Paulo – 5’
8) Chapa, de Thiago Ricarte - São Paulo – 18’
9) Depois de tudo, de Rafael Saar - Rio de Janeiro – 12’
10) Flash Happy Society, de Guto Parente - Ceará – 8’
11) Flores em Vida, de Rodrigo T. Marques, Eduardo Consonn - São Paulo – 12’
12) JLG/PG, de Paolo Gregori - São Paulo – 8’
13) Laurita, de Roney Freitas - São Paulo – 20’
14) Matryoshka, de Salomão Santana - Ceará – 9’
15) Minami em Close-Up - A Boca em Revista, de Thiago Mendonça - São Paulo – 19’
16) Mira, de Gregorio Graziozi - São Paulo– 12’
17) N° 27, de Marcelo Lordello - Pernambuco – 19’
18) Nego Fugido, de Claudio Marques e Marilia Hughes - Bahia– 16’
19) Nem Marcha nem Chouta, de Helvécio Marins Jr. - Minas Gerais – 7’
20) O Menino Japonês, de Caetano Gotardo - São Paulo – 18’
21) O Menino que Plantava Invernos, de Victor-Hugo Borges - São Paulo – 15’
22) O Presidente, de Luiza Favale - São Paulo – 13’
23) O Sonho da Casa Própria, de Cão Guimarães - Minas Gerais – 15’
24) O Teu Sorriso, de Pedro Freire - Rio de Janeiro– 12’
25) Olhos de Ressaca, de Petra Costa - Rio de Janeiro – 20’
26) Phiro, de Gregorio Graziozi - São Paulo– 12’
27) Quarto de espera, de Bruno Carboni e Davi Pretto - Rio Grande do Sul – 12’
28) Rosa e Benjamin, de Cleber Eduardo e Ilana Feldman - São Paulo – 15’
29) Sentinela, de Cristiano Lenhardt - Pernambuco – 5’
30) Sumi, de Marina Fraga - Rio de Janeiro – 13’
31) Superbarroco, de Renata Pinheiro - Pernambuco – 17’
32) Sweet Karolynne, de Ana Bárbara Ramos - Paraíba– 15’
33) Tauri, de Marcio Miranda Perez - São Paulo – 7´
34) Três Tabelas, de Tatiana Azevedo - São Paulo – 5’
35) Zigurate, de Carlos Eduardo Nogueira - São Paulo – 19’
Janela Pernambucana:
1) Ave Sangria - Sons de Gaitas, Violões e Pés, de Raynaia Uchoa, Rebeca Venice e Thiago Barros - 20’
2) Cinema Império, de Hugo Carneiro Coutinho - 25’
3) Confessionário, de Leonardo Sette - 15’
4) De volta à terra boa, de Vincent Carelli - 20’
5) Eiffel, de Luiz Joaquim - 3’
6) Não me Deixe em Casa, de Daniel Aragão - 18’
7) São, de Pedro Severien - 15’
8) Tchau e Benção, de Daniel Bandeira -10’
sábado, 12 de setembro de 2009
Correndo pela vida Por Tiago Bacelar
Por se tratar de um filme que retrata problemas sociais, Majid Majidi teve enormes dificuldades de captar recursos para sua produção. Depois de diversas agências governamentais rejeitarem patrocinar Filhos do Paraíso, o Institute for the Intellectual Development of Children and Young Adults aceitou bancar a obra do diretor iraniano, que foi concluída em 70 dias. Em 1999, conseguiu uma indicação como Melhor Filme Estrangeiro no Oscar. Perdeu para a produção italiana A Vida é Bela, de Roberto Benigni.
O filme retrata a história de Ali Mandegar (Amir Farrokh Hashemian) em busca dos sapatos da irmã Zahra (Bahare Seddiqi). Seu pai Karim (Mohammad Amir Naji) faz cubos de açúcar para serem servidos no chá dentro de templos mulçumanos e sua mãe (Fereshte Sarabandi) está doente. Em meio a esse sofrimento e tentando evitar uma bronca dos pais pela perda dos sapatos, os irmãos fazem um pacto para dividirem os tênis de Ali para poderem freqüentar a escola, que é obrigatória no Irã para crianças de seis a dez anos.
O elo fraternal de Ali e Zahra passa a ser desenvolvido por aquele par de tênis. A montagem genial de Hassan Hassandust reflete bem a proposta narrativa do filme de mudar o ritmo dramático de acordo com a velocidade lenta ou acelerada dos pés da irmã e do irmão. Correndo pela vida, Ali e Zahra retratam o espírito do cinema iraniano contemporâneo de mostrar ao mundo produções poéticas, momentos líricos e belas fotografias num mundo diegético parecido com a Teerã real.
Em os Filhos do Paraíso, a ingenuidade infantil e a natureza chocam-se com o forte contraste social de onde vivem com o bairro rico dos arranha-céus e grandes mansões, que seu pai tenta emprego como jardineiro. Na fotografia de Parviz Malekzaade, podemos perceber diversos elementos da cultura iraniana nos cenários, nos figurinos (burcas), nos textos gráficos e nos córregos de água, que representam a jornada dos irmãos em busca dos sapatos perdidos e da sobrevivência numa vida tão sofrível e árdua. A corrida para conseguir um par de sapatos é mostrada por Malekzaade de forma extremamente lenta, praticamente foto a foto, realçando o drama do garoto Ali em cumprir a promessa que fez a Zahra.
O final do filme é significante em muitos aspectos. Ao mostrar o pai chegando em casa com novos sapatos em sua bicicleta, o espectador vê como era tola a preocupação dos irmãos em contar a verdade. Percebendo Ali triste por não ganhar na corrida os sapatos, a irmã o abandona, indo de encontro ao irmão caçula, depois de ouvir o bebê chorando.
Fica evidente a função do calçado como o único e frágil elo entre Zahra e o irmão. Ali termina só. Seu tênis fica destroçado. Finalmente, seus pés que correram tanto por manter sua ligação fraternal com a irmã podem finalmente repousar e encontrar paz na água com o consolo dos peixinhos. Filhos do Paraíso nos mostra como as novas gerações são importantes na construção de um mundo novo, aonde só correr não basta para ter um final feliz.
sábado, 5 de setembro de 2009
Especial Mobile Suit Gundam Senki Battlefield Record: Avant-Title foi lançado no 03 de setembro no Japão
Número de Episódios: 01 (Ligado com o jogo para Playstation 3)
Produção: Sunrise
Baseado na obra de Yoshiyuki Tomino
Mais informações: http://ps3-gundam.net/
Trailer:
Utsurun Desu estreou no dia 21 de agosto no Japão
Número de Episódios: 03
Produção: Shogakukan, Inc.
Direção: Mankyū
Baseado na obra de Sensha Yoshida
Mais informações: http://utsuru.jp/
Trailer:
Mahou Sensei Negima! ~Mou Hitotsu no Sekai~ estréia no dia 17 de setembro no Japão
Número de Episódios: 04
Produção: SHAFT e Studio Pastoral
Direção: Akiyuki Shinbo
Baseado na obra de Ken Akamatsu
Abertura: "LOVE♥Drive (LOVE♥ドライブ)" de Rina Satou, Akemi Kanda, Ai Nonaka, Mamiko Noto e Yu Kobayashi
Encerramento: "Get a Chance!" de Rina Satou e Marina Inoue
Mais informações: http://negima.kc.kodansha.co.jp/
Trailer:
Battle Spirits Shounen Gekiha Dan estréia no dia 13 de setembro no Japão
Produção: ADK, Nagoya Broadcasting Network e Sunrise
Direção: Akira Nishimori
Baseado na obra de Atsuhiro Tomioka
Abertura: "Battle No Limit!" by JAM Project
Encerramento: "Kimi ga Matteru (君がまってる)" by Mitsuhiro Oikawa
Mais informações: http://www.sunrise-inc.co.jp/battlespirits2/
Trailer:
Kimba The White Lion - Yuuki ga Mirai o Kaeru estreía hoje no Japão
Produção: Tezuka Productions e Fuji TV
Direção: Goro Taniguchi
Baseado na obra de Osamu Tezuka
Mais informações: http://www.fujitv.co.jp/leo/
Trailer:
Oblivion Island: Haruka and the Magic Mirror estreou no dia 22 de agosto nos cinemas japoneses
Produção: TOHO, Fuji TV e Production I.G
Distribuição: TOHO
Direção: Shinsuke Sato
Baseado na obra de Hirotaka Adachi e Shinsuke Sato
Encerramento: Tadashi Ueda
Mais informações: http://www.hottarake.jp/index.html
Trailer:
Symphony in August estreou no dia 22 de agosto nos cinemas japoneses
Produção: Wao World
Distribuição: Wao World
Direção: Akio Nishizawa
Baseado na obra de Ai Kawashima
Encerramento: Ai Kawashima
Mais informações: http://www.8gatsu-eiga.com/english/
http://www.wao-corp.com/w-symphony/production/
http://www.8gatsu-eiga.com/
Trailer:
Mai Mai Miracle estreou no dia 15 de agosto nos cinemas japoneses
Produção: Madhouse Studios
Distribuição: Shochiku Film
Direção: Sunao Katabuchi
Baseado na obra de Nobuko Takagi
Mais informações: http://www.shochikufilms.com/film/detail.php?product_code=718
http://www.mai-mai.jp/index.html
Trailer:
Uchurei estreou no dia 09 de agosto no Japão
Número de Episódios: 12
Produção: drop, Robot, TV Tokyo, Imagica, Hong Ying Animation e AC Create
Direção: Ryōko Yabuki
Baseado na obra de Taisuke Hata
Mais informações: http://www.uchurei.com/
http://www.tv-tokyo.co.jp/anime/uchurei/
Trailer:
Redline estreou no dia 14 de agosto nos cinemas japoneses
Produção: Madhouse Studios
Distribuição: Madhouse Studios
Direção: Takeshi Koike
Baseado na obra de Katsuhito Ishii, Yoji Enokido e Yoshiki Sakurai
Mais informações: http://www.madhouse.co.jp/
Trailer:
Ontama! estreou no Japão no dia 07 de agosto
Número de Episódios: 02
Produção: Encourage Films e Nico Nico Douga
Direção: Fumitoshi Oisaki
Baseado na obra de Dan Yoshii e Noboru Maeda
Encerramento: "BAKA - Aishiteru" by manzo
Mais informações: http://anime-ch.nicovideo.jp/ontama/
Trailer do jogo que inspirou a série:
Summer Wars estreou no dia 01 de agosto nos cinemas japoneses
Produção: D.N. Dream Partners, Kadokawa Shoten, Madhouse Studios, NTV, VAP, Warner Brothers e Yomiuri TV
Distribuição: Kadokawa Shoten
Direção: Mamoru Hosoda
Baseado na obra de Satoko Okudera
Mais informações: http://s-wars.jp/index.html
Trailer:
Cencoroll estreou no dia 28 de julho nos cinemas japoneses
Produção: Aniplex e Anime Innovation Tokyo
Distribuição: Aniplex
Direção: Atsuya Uki
Baseado na obra de Atsuya Uki
Encerramento: "Love&Roll" by supercell
Mais informações: http://www.cencoroll.com/
http://anime.goo.ne.jp/special/anime-innovation/untitle.html
Trailer:
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Os normais 2 é quinta abertura da retomada em público
A comédia Os normais 2 estreou em primeiro lugar no ranking, com bilheteria de R$ 3,5 milhões e público de 361 mil espectadores. Esta é a segunda maior abertura em renda de um filme nacional do ano (atrás de Se eu fosse você 2, que estreou em janeiro, com R$ 5,6 milhões) e a quinta maior da retomada em público. Em relação aos 20 mais vistos deste fim de semana, o filme ficou com um market share de 44,5%.
Produzido pela Globo Filmes e lançado pela Imagem, Os normais 2 ganhou grande campanha de lançamento e o maior circuito de estreia para uma produção nacional no período da retomada: foram 432 salas e 359 cópias (em 33 salas o filme está sendo exibido com projeção digital). Considerados os valores nominais, sem correção, a renda da abertura conseguiu superar a do primeiro filme, que foi lançado em outubro de 2003 em 249 salas e faturou R$ 3 milhões. Mas, em publico, o primeiro se saiu melhor, com 421 mil espectadores (resultado 14% superior). Os números finais do primeiro chegaram a 2,9 milhões de espectadores e bilheteria de R$ 19,8 milhões.
Os melhores resultados de Os normais 2 se concentraram na cidade do Rio de Janeiro, que somou mais de 61,4 mil espectadores, enquanto o circuito de São Paulo, apesar de maior, somou público de 54 mil. Os números foram bastante positivos em Brasília e em várias cidades do Nordeste – mas em algumas cidades do interior de São Paulo e da região Sul, como Florianópolis, o filme não funcionou tão bem.
Depois de Se eu fosse você 2, A mulher invisível e Divã, esta é a quarta comédia nacional de 2009 com grandes ambições de público. O filme chegou ao circuito na última semana de um mês que causou apreensão, pois agosto apresentou as primeiras baixas depois de sete meses de forte crescimento. E Os normais 2 conseguiu puxar uma nova alta: os números deste fim de semana foram 18% superiores em renda e 6% maiores em público em relação ao mesmo período do ano passado.
O fim de semana contou ainda com as estreias do drama Amantes, da PlayArte (que estreou em quinto lugar), a aventura infantil A pedra mágica, da Warner (10º lugar), e o polêmico filme de horror de Lars Von Trier, Anticristo, em 12º. Em circuito limitado, entraram em cartaz Caro senhor Horten, da Imovision, O milagre de Santa Luzia, e Batatinha – Poeta do samba (ambos com distribuição própria), não chegaram a figurar no ranking.
Ampliação do parque exibidor é tema da Fiicav
A abertura contou com a presença de André Sturm, representando o secretário de Cultura do Estado de São Paulo, e Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine. Ambos destacaram a importância de políticas públicas voltadas para o consumo de cinema, como o Vale-Cultura e o programa Vá ao Cinema.
Gasto da classe C em cultura pode chegar a R$ 14 bilhões por ano, diz Rangel
Em sua exposição na mesa “Os cinemas populares”, Rangel apresentou números do IBGE que indicam o crescimento de participação da classe C no consumo de cultura e lazer, estimando em R$ 14 bilhões anuais o potencial do volume de gastos deste setor da população na área cultural. “O governo está disposto a induzir o desenvolvimento do setor de exibição”, afirmou Rangel, “o que resta saber é quem serão os agentes privados que terão a ousadia de investir”.
A Ancine e o BNDES montaram um grupo de estudos para analisar os melhores caminhos para a expansão do parque exibidor em áreas carentes de cinemas e com potencial econômico, com vistas à elaboração de um programa oficial para a ampliação do número de salas. Um foco importante seria a redução das desigualdades regionais, destacou Luciane Gorgulho, chefe do departamento de economia da cultura do BNDES. A executiva citou o Funcine e o Procult como instrumentos interessantes na composição do futuro programa, que deve contar com uma linha de investimentos do Fundo Setorial do Audiovisual, que terá o próprio BNDES como agente financeiro.
Adhemar Oliveira, do Grupo Espaço de Cinema, cobrou ações e urgência da parte do governo: “Temos diagnósticos e temos novos remédios, mas eles têm que ser administrados antes que o doente morra”. Segundo Oliveira, iniciativas como os Funcines, o FSA e medidas visando a redução da carga tributária são fundamentais para o projeto de expansão, uma vez que o retorno das novas salas não será igual aos resultados de cinemas instalados em áreas nobres. Thierry Perrone, do Investimage, duvida que o Funcine seja o modelo adequado para o investimento em exibição: “O prazo não corresponde ao ciclo de um fundo”, afirmou.
Distribuidoras garantem cópias para novas salas
Rodrigo Saturnino Braga, diretor geral da Sony/Disney, afirmou o compromisso de sua companhia com o projeto e disse que não vão faltar cópias para as novas salas – um detalhe reafirmado por José Carlos Oliveira, diretor geral da Warner no Brasil. Por outro lado, segundo Rodrigo, “o plano deveria focar na digitalização”, em função dos custos cada vez mais altos das cópias em película. Ele citou ainda uma pesquisa, elaborada pelo SDRJ, que indica que 80% dos que serão beneficiados com o Vale-Cultura têm como prioridade o cinema.
A digitalização das salas foi o tema da segunda mesa de debates do evento. Ricardo Difini Leite, presidente da Feneec, levantou a questão dos custos de implantação dos novos equipamentos, qualificando o processo de digitalização como inevitável. Luciane Gorgulho, do BNDES, confirmou que a Christie e um parceiro brasileiro sondaram o banco sobre a possibilidade de instalarem uma fábrica de projetores digitais DCI no país. Gorgulho confirmou que os novos equipamentos podem ser financiados pelo Procult, e citou o VPF (Virtual Print Fee) como uma garantia considerada boa pelo banco.
“3D valoriza complexo em que é instalado”, diz Araújo
Patrícia Kamitsuji , diretora geral da Fox, responsável pelo lançamento de A era do gelo 3, apresentou os resultados superlativos da animação, que fez 3,5 milhões de espectadores apenas na versão tridimensional, para destacar a importância do 3D no circuito hoje. “Se algum exibidor tinha dúvida se deve ou não investir, os números estão aí para comprovar”, disse Patrícia, que prepara o lançamento de Avatar para dezembro, esperando um circuito de pelo menos 100 salas.
Um dos exibidores nacionais que mais apostaram no novo formato, Marcos Araújo, da Cinematográfica Araújo, falou um pouco de sua experiência e afirmou que o 3D “valoriza todo o complexo onde é instalado”. Ele pretende ampliar o número de salas 3D de sua rede para o lançamento de Avatar. Marcelo Bertini, presidente da Cinemark, afirmou que o país ainda não conta com um modelo de negócios definido para o digital, e que a falta de uma estrutura de financiamento torna as coisas mais difíceis. Em sua apresentação na mesa “Implantação para o cinema digital”, Bertini citou o premium – adicional cobrado sobre o valor do ingresso padrão nas salas 3D – praticado no Brasil como o menor da América Latina.
Segundo o representante da Cinemark, a nova tecnologia traz desafios no aspecto operacional (como um aumento no tempo médio das salas paradas para manutenção) e exige investimento também em qualificação, mas pode, no fim, representar um aumento de até 300% em market share num determinado complexo. Um dado curioso é o que o executivo chamou de “canibalização do 35mm”, ou seja, muitos espectadores, diante das salas 3D lotadas, preferiam voltar no dia seguinte em vez de assistir a A era do gelo 3 em película.
O primeiro dia da Fiicav contou ainda com uma mesa dedicada aos diferentes modelos de produção em voga no país. Mariza Leão fez uma defesa das novas modalidades do FSA, pedindo paciência para que se possa analisar seus resultados; a produtora também chamou a atenção para a necessidade de se renovar o Artigo 1º da Lei do Audiovisual, que expira em 2011. Eliana Soarez, da Conspiração Filmes, apresentou um estudo sobre a distribuição de recursos em toda a cadeia de comercialização de um filme, incluindo todas as janelas. A apresentação ilustrava com clareza o impacto da alta carga tributária que atinge o setor. Fabiano Gullane, da Gullane Filmes, e Paulo Schmidt, da Academia de Filmes, trataram de experiências de coprodução – internacional e com a TV.
Lazer em shoppings centers cresceu 38%
Os resultados superlativos do mercado de cinema no primeiro semestre também foram tema do seminário, em mesa que reuniu exibidores como Bertini e Francisco Pinto, do Grupo Severiano Ribeiro, e José Carlos Oliveira, da Warner, além de Melanie Schroot, da Nielsen EDI, e Antonio Almeida, da Globo Filmes. Entre os dados apresentados, o destaque ficou com os números do cinema nacional em 2009 que, puxados por blockbusters como Se eu fosse você 2, A mulher invisível e Divã, contribuíram para o bom momento do mercado. A alta concentração de público em poucos títulos e a relação entre captação de recursos e resultados de bilheteria foram examinadas em detalhes na apresentação da Globo Filmes e da Nielsen.
Bertini destacou a contribuição da crise financeira para o setor de lazer e entretenimento. De acordo com o presidente da Cinemark, o recuo de crédito para bens de consumo levou a uma revisão dos hábitos dos consumidores, o que se refletiu na queda de vendas das megalojas e no crescimento de 38% do segmento de lazer nos shopping centers. Em suas apresentações, Francisco Pinto e José Carlos Oliveira destacaram a importância do produto nacional para o mercado como um todo.
Celluloid Dreams Brasil anuncia primeiro filme
O novo projeto passa à frente de outros já anunciados pelo cineasta, como Uma mulher e uma arma e Serra pelada. O motivo é simples: orçado em R$ 6 milhões, o filme já tem roteiro pronto e financiamento garantido sem o uso das leis de incentivo. “Fomos procurados pela Natura, que tinha interesse em patrocinar um filme nosso, com a única condição de que esse filme falasse de relacionamentos”, conta o cineasta. A história que melhor se encaixava nos propósitos da Natura era um roteiro do americano Tom DiCillo (nome conhecido da cena independente americana, roteirista e diretor de Vivendo no abandono e, mais recentemente, de Delírios). Dhalia ficou amigo de DiCillo em um festival de cinema e lhe propôs uma parceria. Recebeu esse roteiro, que adaptou para o Brasil em parceria com Vera Egito.
Depois da ilha será a primeira produção da filial brasileira da Celluloid Dreams, prestigiada companhia internacional com sede em Paris, fundada por Hengameh Panahi. O anúncio da criação da Celluloid Dreams Brasil foi realizado durante o Festival de Cannes e, um mês depois, o escritório da empresa em São Paulo já estava funcionando. Além de Dhalia, são sócios dessa empreitada Patrick Siaretta (da TeleImage) e Tatiana Quintella (ex-secretária de Cultura de Paulínia).
Esmir Filho desenvolve segundo longa na Celluloid
Dhalia explica que a Celluloid Dreams Brasil pretende desenvolver projetos com potencial internacional e tornar-se o celeiro de novos talentos. Foram convidados para desenvolver seus trabalhos na produtora, por exemplo, os cineasta Esmir Filho e Vera Egito. Diretor do premiado curta Saliva e do fenômeno do YouTube Tapa na pantera, Esmir acaba de participar da competição do Festival de Locarno com seu primeiro longa, Os famosos e os duendes da morte, e agora prepara o roteiro de A baleia. Vera Egito teve dois curtas selecionados para a Semana da Crítica do Festival de Cannes e prepara o longa Maria Antônia, que vai abordar os conflitos entre estudantes na Rua Maria Antônia, em São Paulo, na época da ditadura militar.
Além disso, continuam em desenvolvimento os dois projetos de Dhalia: Uma mulher e uma arma, road movie situado na Patagônia que deve ser filmado no ano que vem, e Serra pelada, uma produção mais complexa que já tem parceiros internacionais engatilhados.
Filmes inéditos dominam Première Brasil
Fonte: Filme B
O Festival do Rio divulgou a lista de selecionados para a Première Brasil nas categorias ficção e documentário, ambas divididas entre filmes em competição e filmes hors concours. Quase toda mostra é composta por longas ainda não exibidos no Brasil, um diferencial comparado com a edição do ano passado, que apresentou apenas quatro produções inéditas. Os principais vencedores do Festival de Paulínia, por exemplo - Olhos azuis e Antes que o mundo acabe - serão exibidos, mas fora de competição. Entre os filmes confirmados estão longas recentemente selecionados para festivais estrangeiros, como Hotel Atlântico, de Suzana Amaral, que participa do Festival de Toronto na seção Masters, Os famosos e duendes da morte, Esmir Filho, que concorreu ao Leopardo de Ouro no último Festival de Locarno, e os dois longas representantes do Brasil no Festival de Veneza, Insolação, de Daniela Thomas e Felipe Hirsch, e Viajo porque preciso, volto porque te amo, de Karim Ainouz e Marcelo Gomes. Confira a lista completa:
Filmes de ficção – mostra competitiva
Bellini e o demônio, de Marcelo Galvão (90min, SP)
Cabeça a prêmio, de Marco Ricca (104min, SP)
Do começo ao fim, de Aluízio Abranches (95min, RJ)
História de amor duram apenas 90 minutos, de Paulo Halm (90min, RJ)
Hotel Atlântico, de Suzana Amaral (107min, SP)
Natimorto, de Paulo Machline (92min, SP)
O amor segundo B. Schianberg, de Beto Brant (80, SP)
Os famosos e os duendes da morte, de Esmir Filho (101min, SP)
Os inquilinos, de Sérgio Bianchi (SP)
Sonhos roubados, de Sandra Werneck (85min, RJ)
Viajo porque preciso, volto porque te amo, de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes (71min, PE)
Hors concours – Ficção
Antes que o mundo acabe, de Ana Luiza Azevedo (97min, RS)
Insolação, de Daniela Thomas e Felipe Hirsch (100min, SP)
Olhos azuis, de José Joffily (105min, RJ)
Documentário – Competição
À margem do lixo, de Evaldo Mocarzel (84min, SP)
Belair, de Noa Bressane e Bruno Safadi (80min, RJ)
Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez (110min, RJ)
Reidy, a construção da utopia, de Ana Maria Magalhães (77min, RJ)
Sequestro, de Wolney Atalla (94min, SP)
Tamboro, de Sergio Bernardes (90min, RJ)
Penas alternativas, de Lucas Margutti e João Valle (71min, RJ)
Hors concours – Documentário
Cidadão Boilesen, de Chaim Litewski
Alô, alô Therezinha, de Nelson Hoineff
Premonição 4 lidera bilheterias nos EUA
O mais recente filme de Quentin Tarantino, Bastardos Inglórios, faturou em sua segunda semana US$ 20 milhões (queda de 47%), ficando com a segunda colocação no ranking. No total, o filme já soma US$ 73 milhões no território americano. Considerada a terceira grande estreia da semana, Aconteceu em Woodstock, longa de Ang Lee lançado pela Focus Features em 1,3 mil cinemas, abriu em nono, com US$ 3,7 milhões.
Entre os outros resultados, um dos destaques foi a comédia Julie & Júlia, da Sony, que em sua quarta semana chegou aos US$ 70 milhões arrecadados, com queda de apenas 15% em relação à semana passada.
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Concurso de projetos divulga lista de classificados
A senhora das imagens – Nise da Silveira, de Flavia Macedo e Castro– TvZERO Cinema Ltda
Bugigangue no espaço, de Ale Machado – 44Toons Produções Artísticas Ltda
Cleo e Damião, de Luis Dantas – Plano Geral Produções Artísticas eCinematográficas Ltda
Getúlio, meu pai, de João Jardim – Copacabana Filmes e Produções/ Elimar Produções Artísticas Ltda
La playa, de Juan Andres Arango– Septima Films
Las niñas, de Laura Astorga – Hoy y Asociados SA
Luiza, de Ricardo Bravo – Neanderthal MB Cinema Ltda
Morro velho, de Eric Mathis e Gulu Monteiro - Ondamax Films
O terrorista, de Cristiano Gualda e Pablo Padilha – Total Entertainment
Vozes, de Carol Castro – Total Entertainment
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A redenção de um derrotado no Vietnã Por Tiago Bacelar
A interpretação de Robert De Niro como Travis é marcada pelo método de Stanislaviski, em que o ator, antes do filme ter suas filmagens iniciadas, encarna por meses a profissão do personagem para que fique o mais próximo possível da realidade. Partindo desse aspecto, fica evidente em Taxi Driver o direcionamento do roteiro de Paul Schrader para a construção de uma história vista sob o olhar do personagem de Robert De Niro.
Essa marca do roteiro é vista logo de cara pelo espectador nos créditos iniciais, aonde os nomes da equipe de produção surgem sobre um super close nos olhos do taxista Travis. Além disso, Robert De Niro, durante o filme, narra em OFF, revelando ao público detalhes sobre seus pensamentos, suas angústias e seus sentimentos. A montagem em conjunto com a direção de câmera realça o olhar de Travis para a decadente e conturbada cidade de Nova York.
Esse olhar é criado com metáforas visuais e planos detalhes, muitos deles distorcidos e embaçados, de faróis de carros, de luzes de semáforos, de gases borbulhando num copo de refrigerante, do taxímetro e do próprio táxi. O espectador forma sua visão naquele mundo diegético dos anos de 1970 de Nova York por uma câmera subjetiva do taxista, através do pára-brisa do Táxi. O espectador vê o que o está sendo visto pelos olhos de Robert De Niro.
Quando vemos De Niro e seu táxi, só eles aparecem, todo o redor, fica distorcido. Ele está numa espécie de mundo paralelo, em que só existe a solidão e nada mais. A aparição de Martin Scorcese como o psicopata que vai matar a mulher no táxi de Robert De Niro marca a reviravolta da história de Taxi Driver. Scorcese usou um artifício muito utilizado por Hitchcock que aparecia em todos os seus filmes, incluindo Psicose, cujo Score (Trilha Sonora) foi composto por Bernard Hermann, o mesmo de Taxi Driver.
Dentre essas coincidências entre Scorcese e Hitchcock, está o uso da música como instrumento da construção da trama cinematográfica. Na primeira parte de Taxi Driver, a melancolia do protagonista é mostrada por instrumentos de sopro, como o saxofone, em ritmos de Blues e Jazz, típicos do subúrbio nova-iorquino dos anos 1970. Com o despertar da fúria e da revolta do protagonista, a trilha muda para instrumentos mais pesados, como os de percussão, juntamente com o figurino e o cabelo para um estilo punk. Ao matar os bandidos que mantinham a personagem de Jodie Foster, Iris, na prostituição, Scorcese deu redenção para o taxista, que de derrotado no Vietnã, passou a ser aceito pelos americanos como herói.