domingo, 10 de agosto de 2008

20ª Bienal de SP destaca literatura alemã recente

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u431422.shtml
Boa parte da literatura alemã consagrada internacionalmente tem seus escritores oriundos do chamado Grupo 47, associação que reuniu entre o pós-guerra e os anos 70 nomes como os vencedores do Prêmio Nobel Heinrich Böll (1917-1985) e Günter Grass, e ainda Peter Handke e Hans Magnus Enzensberger, entre outros.
Para apresentar um panorama da recente produção literária em língua alemã, a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece entre quinta-feira e 24 de agosto, reúne seis escritores das gerações posteriores ao Grupo 47 em seu principal palco de eventos, o Salão de Idéias. Um deles, Robert Menasse, tem dois livros editados no Brasil: "Espelho Cego" (Companhia das Letras, 2000) e "A Certeza Sensível" (Estação Liberdade, 1991).
Dois outros já têm lançamentos previstos no país: Julia Franck, que lança na Bienal "A Mulher do Meio-Dia" (Nova Fronteira), saga familiar que deu a ela o Deutscher Buchpreis, o "Booker Prize alemão". E Ilija Trojanow, cujo "O Colecionador de Mundos", romance histórico sobre o explorador britânico Richard Burton (1821-1890), sai em 2009 pela Companhia das Letras.
Wolfgang Bader, diretor do Instituto Goethe São Paulo, que convidou os escritores, ressalta que, na literatura em língua alemã, faz-se uma distinção entre a produção ligada à República de Bonn --capital da Alemanha Ocidental, com o país dividido do pós-guerra-- e a República de Berlim --o país reunificado, aberto à internacionalização da cultura.
"A esta República corresponde uma transição de geração literária, que tem ainda a Alemanha como tema, mas que também explora mais o mundo", afirma Bader.
"Temos mais autores jovens, que viajam muito, mais mulheres e mais escritores com ascendência não alemã. Os temas de que tratam são de interesse global e refletem a convivência entre diferentes culturas."
Em paralelo à Bienal, o Goethe abriga a Semana de Literatura Alemã, entre 18 e 22 de agosto. Com entrada franca, os encontros começam sempre às 19h e terão a participação de escritores brasileiros como Milton Hatoum, Bernardo Carvalho e Fernando Bonassi. A programação completa está em www.goethe.de/saopaulo.
Mais Bienal
Segundo Rosely Boschini, presidente da Câmara Brasileira do Livro, que organiza a Bienal, a presença alemã reforça o caráter internacional desta 20ª edição, ainda um evento com mais apelo comercial --são 2 milhões de livros à venda, 4.000 deles lançamentos-- do que literário --a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) permanece o principal palco das letras no país.
Ao todo são 50 convidados estrangeiros, de 14 países --a Espanha também traz um bom número de escritores (nove). São 73 expositores estrangeiros, representando dez países, entre eles a Índia, que, segundo Rosely, vem pela primeira vez à bienal paulista.
Outros destaques internacionais são a vencedora do Pulitzer Samantha Power e o escritor mexicano Guillermo Arriaga, roteirista premiado no Festival de Cannes de 2005 por "Três Enterros".

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