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Idéias transgressoras e novas, que desafiam o leitor a fugir do senso-comum e a repensar o mundo contemporâneo, são reunidas neste livro de entrevistas. "Por um fio" traz alguns dos mais relevantes pensadores em política, economia, história, tecnologia e até esportes, música e gastronomia, bem como suas respectivas teses sobre a sociedade global, em um formato objetivo e simples, que dá atenção ao debate dessas idéias.
Em busca de uma melhor compreensão dos meandros do funcionamento da sociedade contemporânea em todo o mundo, o jornalista Daniel Buarque dá ouvidos às idéias e análises de pensadores da academia e do dia-a-dia e os reúne neste livro de entrevistas com um diferencial: todo o contato foi realizado pelo telefone. O resultado é uma obra plural, em que se abordam desde o mito construído em torno do guerrilheiro Che Guevara ao tiro no próprio pé dado pelo feminismo, passando pela democracia nos Estados Unidos e por uma viagem a turismo a um país sob forte regime totalitário.
Pode-se notar uma busca por idéias iconoclastas e por análises que vão na contramão do senso-comum, mas bem-embasadas e apresentadas de forma convincente e interessante. A cada entrevista, o leitor é convidado a repensar o mundo a partir da opinião de alguém, que não necessariamente vai ao encontro do lugar-comum. Por isso, este livro não é só um compilado de entrevistados, mas a reunião de pensamentos diversos, polêmicos e originais de pessoas que vivem ou estavam em diferentes lugares do mundo, mas que se tornaram acessíveis por meio do telefone.
Ao autor, coube o trabalho de selecionar as pessoas a serem ouvidas, realizar as entrevistas e editar a obra tentando ser fiel às idéias originais de cada pessoa ouvida – essas idéias são a verdadeira estrela do livro, que tenta fazer uma ponte que ligue a academia à sociedade, divulgando as principais linhas de pesquisa de todo o mundo.
Este livro reúne 24 entrevistas em formato de perguntas e respostas previamente publicadas entre 2004 e 2008 no jornal "Folha de S. Paulo" e no G1, o portal de notícias da Globo. Os textos foram organizados em capítulos, dos quais quatro reúnem duas entrevistas separadas, que funcionam em forma de um debate sobre o mesmo tema.
Completa a obra um pequeno ensaio em que o autor analisa o uso excessivo do telefone como parte do trabalho jornalístico. Apesar de ter limitações naturais ao impedir o contato direto entre repórter e entrevistado, o instrumento facilita a comunicação e permite que sejam realizados questionamentos que talvez fossem impossibilitados de outra forma. O grande mérito do telefone, diz, é o de tornar o jornalismo possível, na prática cotidiana.
Este é o terceiro lançamento da Editora Multifoco no Recife. Especializada em jovens autores, a editora carioca já lançou "Memórias de um Recenseador", do pernambucano Bruno Papariello. Além de Daniel Buarque, a Multifoco lança também outra autora pernambucana, a socióloga Ester Aguiar. Em "Sextas Gastronômicas", ela faz uma narrativa que une comida e emoção em torno de jantares semanais junto à família.
O Autor
Jornalista formado no Recife, Daniel Buarque se surpreendeu com o uso excessivo e exclusivo do telefone como método de comunicação com as fontes de apuração, ao começar a trabalhar na redação da "Folha de S.Paulo". Anos mais tarde, e muitas conversas 'por um fio' depois, descobriu os méritos da comunicação à distância e reuniu um vasto repertório de grandes entrevistas realizadas desta forma. Mestrando em história na USP, ele atua como repórter de Mundo do G1, viajando para realizar coberturas jornalísticas internacionais, mas continua buscando entrevistados relevantes para conversar por telefone.
Os entrevistados
Jaron Lanier - criador da realidade virtual (em 1987) e um dos principais pesquisadores de tecnologia do Vale do Silício.
Álvaro Vargas Llosa - pesquisador que dirige o Centro para a Prosperidade Global do Instituto Independent. Autor de "The Che Guevara Myth" (O mito de Che Guevara), do "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano" e "O Retorno do Idiota".
Jonathan Spence - mais conceituado historiador ocidental a estudar o passado da China, autor de livros como "Mao", biografia do líder chinês, e "The Search for Modern China" (A busca pela China moderna), por muitos anos a base da pesquisa histórica sobre o país em universidades de todo o mundo, além de outras 13 obras sobre o tema.
Joseph Heath – filósofo canadense autor do livro "The Rebel Sell" (A Rebeldia Fajuta).
Philip Gourevitch - escritor norte-americano, diretor da semanal de literatura "Paris Review" e autor do livro "Gostaríamos de Informá-lo que Amanhã Seremos Mortos com Nossas Famílias", sobre o genocídio de Ruanda em 1994.
Paul Flatters - diretor-executivo da instituição de pesquisas de sociedade e mercado Future Foundation e ex-chefe de análise e pesquisas da BBC.
Eduardo Giannetti - professor da Faculdade Ibmec, em São Paulo, autor de "O Valor do Amanhã", "Vícios Privados, Benefícios Públicos" e "Auto-Engano".
Scott Fisher – pesquisador norte-americano, autor do guia de viagens "Axis of Evil World Tour" (Turismo do Eixo do Mal).
Naomi Wolf - escritora norte-americana, principal nome da terceira onda do movimento feminista e aclamada pensadora da filosofia política progressista.
Raymond Boudon - professor da Sorbonne e um dos principais defensores do pensamento do filósofo francês Alexis Tocqueville na atualidade.
Alison Wolf - filósofa inglesa formada pela Universidade de Oxford, professora de administração do setor público no King's College, da Universidade de Londres, e especialista em administração e educação, autora de pesquisas sobre a história do recrutamento da mão-de-obra feminina.
Flávio de Campos - professor de história da USP Flávio de Campos, especialista na evolução dos jogos e das práticas esportivas desde a Idade Média.
Franklin Foer - jornalista norte-americano, editor de política e mídia da revista "The New Republic", usou o futebol como uma metáfora para explicar a forma pela qual o mundo atual funciona.
Sasha Issenberg - pesquisador norte-americano da história da gastronomia, autor do livro "The Sushi Economy – Globalization and the Making of a Modern Delicacy" (A economia do sushi – globalização e a criação de um delicado alimento moderno).
Tariq Ali - escritor paquistanês apontado como um dos principais analistas políticos de esquerda da Inglaterra atual, é historiador, articulista, editor da "New Left Review" e, juntamente com o norte-americano Noam Chomsky, o principal porta-voz do discurso anti-imperialista.
Karen Armstrong - uma das pesquisadoras de história das religiões mais respeitadas no mundo, professora do Leo Baeck College de Estudos do Judaísmo e Treinamento de Rabinos e Professores.
Pat Dollard - produtor de cinema de Hollywood, largou o conforto da sua mansão em Beverly Hills, na Califórnia, e se juntou aos fuzileiros navais norte-americanos em missão no Iraque, o que fez com que ele passasse a ser conhecido como o "Michael Moore da direita".
Mitchell Cohen - cientista político norte-americano, professor da City University of New York e editor da revista "Dissent".
Nadia Hijab - pesquisadora do Instituto para Estudos Palestinos.
Joseph Stiglitz - economista ganhador do Nobel em 2001 por análises sobre mercados com informação assimétrica (juntamente com os também norte-americanos George A. Akerlof e Michael Spence), autor de "Globalização: Como Dar Certo" e professor da Universidade Columbia.
Joseph R. Ferrari - professor de psicologia na Universidade DePaul (Chicago), Co-editor do livro "Procrastination and Task Avoidance - Theory, Research, and Treatment" (Procrastinação e Evitação de Tarefas - Teoria, Pesquisa e Tratamento).
Elvis Costello - músico inglês que não gosta de rótulos e que circula muito naturalmente entre os diferentes estilos musicais.
Vinton Cerf – pesquisador de tecnologia da informação, idealizador da internet e criador dos protocolos que deram origem a toda a rede de computadores tal como existe hoje e diretor do Google.
José Augusto Pádua - professor do departamento de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) especialista na história das relações entre natureza e sociedade no Brasil.
SOBRE A MULTIFOCO
A Multifoco é uma editora especializada em publicar novos autores. Através de novas tecnologias e com uma nova forma de organizar a produção editorial, conseguimos lançar nossos livros sem repassar nehum custo de edição e impressão aos autores e organizadores selecionados.
Isso nos possibilita formar um catálogo recheado de novos autores e apostar em uma literatura inédita e surpreendente, bem como oferecer uma nova possibilidade para a publicação de livros acadêmicos. Tudo isso com a mesma qualidade das editoras tradicionais.
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