quinta-feira, 4 de setembro de 2008

HQ "Menina Infinito" traz crônica de garota comum


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u440032.shtml
"O meu nome não é Menina Infinito. Me chamo Mônica. Menina Infinito é só o título das minhas histórias. Não tenho poderes, não faço magia e nem vim de outro planeta. Sou apenas uma garota normal." É com essas palavras que se apresenta ao leitor a personagem-título da recém-lançada história em quadrinhos "Menina Infinito", criação de Fábio Lyra.
Jovem, fã de música e cinema, simpática com os amigos, mas sujeita a atitudes impensadas, Mônica, a protagonista, destoa das personagens femininas mais comumente encontradas nos quadrinhos.
Em vez das belas formas de uma super-heroína, aparece uma moça um pouco acima do peso. Saem de cena as batalhas contra vilões pelo destino do mundo e surgem as pequenas discussões de um relacionamento amoroso, com as inseguranças que resultam daí.
"Queria fugir do fetiche, da fantasia de um homem, de como ele quer que uma garota seja", diz o carioca Lyra, 32. "Quis que ela agisse, pensasse e falasse como uma pessoa normal."
A personagem Mônica foi criada em 2002 e apareceu em um fanzine, "Alter(fan)nativo", e em uma revista, "Mosh", antes dessa sua estréia em uma HQ própria. Também é a primeira obra solo de Lyra, que, no ano passado, participou com uma história na coletânea "Irmãos Grimm em Quadrinhos".
O livro traz três HQs inéditas, além de uma introdução metalingüística em que Mônica se apresenta ao leitor.
As histórias mostram um universo urbano, com metrôs, cinemas e bares. Mônica e seus amigos Pedro e Malu conversam sobre questões que vão de relacionamentos amorosos a canções, passando por amizades, filmes etc. Assim, há referências ao cantor inglês Morrissey, ao personagem Zé Pequeno (de "Cidade de Deus") e a garotas que atualizam constantemente seus fotoblogs.
Em uma das histórias, Mônica e Pedro, que dividem um apartamento, têm sua amizade abalada quando a namorada dele passa a ter atritos com Mônica. "São crônicas do dia-a-dia", define Lyra. "Não é uma coisa inédita, há mais autores brasileiros fazendo isso, mas a maioria dos leitores ainda não percebeu", completa.
O quadrinista nega que a personagem tenha sido inspirada diretamente em alguém. "Não houve pesquisa ou pretensão", conta. "Ela não foi inspirada em uma pessoa em particular, surgiu naturalmente." Talvez por isso mesmo, não estranhe se você encontrar alguém como Mônica e seus amigos no seu cotidiano.
Menina Infinito
Autor: Fábio Lyra
Editora: Desiderata
Quanto: R$ 39,90 (120 págs)

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