Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Cinema/0,,MUL926678-7086,00.html
Após produzir aclamados mas pouco conhecidos (nos Estados Unidos) filmes italianos como "Ricordati di me" e "L'ultimo bacio", o italiano Gabriele Muccino de repente saltou do lado arte para a corrente em voga.
"Bacio" tornou-se base para o projeto da DreamWorks "The last kiss", e após estourar com Will Smith no "À procura da felicidade", que faturou US$ 300 milhões no circuito mundial e rendeu a Smith uma indicação ao Oscar, Muccino já está no mapa de Hollywood.
Ele e Smith estão juntos mais uma vez para o drama "Sete vidas", sobre um homem que provocou a morte de alguém que ama. A Sony lançará o filme neste final de semana nos Estados Unidos.
Recentemente, Muccino falou sobre os filmes que o influenciaram, a diferença entre italianos e norte-americanos e o desafio de deixar Will Smith menos parecido com Will Smith.
"Sete vidas" é um filme que você dirige uma das maiores estrelas do mundo atuando como um homem depressivo e triste. Foi difícil?
Gabriele Muccino - Nem sempre foi fácil. Will é um ótimo ator e muito colaborativo, e há um momento na personalidade de Ben (o personagem de Will Smith) que ele é encantador. Mas você precisa extrair algo diferente dele. Você precisa separar Will Smith do Will Smith. Nem mesmo eu sabia se ele estava totalmente ciente de tão maluca que foi a caracterização do personagem.
Will Smith poderá disputar alguns prêmios, mas algumas pessoas já o acham uma grande estrela que não precisa de estatueta. Você acha que ele deveria ser indicado?
Muccino - Há definitivamente uma tendência contra ele porque ele é uma grande estrela do cinema. Mas eu realmente espero que ele chame a atenção da Academia. Ele fez este filme com muita realidade. Ele não tinha que fazer isso, e isso é forte o bastante para eu acreditar que eles vão reconhecê-lo por isso.
Um de seus próximos projetos É o "What I know about love", que você está escrevendo e dirigindo. Qual é a idéia básica?
Muccino - É sobre um homem que abandona sua mulher para viver com outra. Mas no desenrolar da história essa mulher se transforma em um tipo de sociopata e ele precisa da ajuda de sua ex-mulher para protegê-lo.
Como você consegue transmitir em seus filmes em inglês o que significa viver na América contemporânea, embora não tenha sido criado aqui?
Muccino - É difícil. Fazer um filme sobre a América para mim às vezes é como fazer um filme sobre o antigo Egito. Mas você segue os seus instintos. No final, eu acredito que há diferenças entre a Europa e a América, mas há muitas idéias sobre vida e amor que são universais.
Quais são as principais diferenças que você enxerga?
Muccino - Há um forte individualismo aqui, e isso deixa as pessoas mais focadas na carreira e neuróticas. Na Itália, as pessoas confiam mais na família e constroem relações de amizades diferentes. Mas nem sempre isso é uma coisa boa. Em uma calamidade como essa recessão, os norte-americanos serão os primeiros a saírem dessa. Para os europeus será mais demorado. Eles confiam mais no sistema e esperam que os outros façam isso por eles.
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