quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Baz Luhrmann faz seu épico romântico em "Austrália"


Fonte: http://br.reuters.com/article/entertainmentNews/idBRSPE50L09020090122

SÃO PAULO, 22 de janeiro (Reuters) - "Austrália", o épico de proporções continentais de Baz Lurhmann (de "Moulin Rouge - O Amor em Vermelho"), é uma coleção de referências cinematográficas. Embora apenas "O Mágico de Oz" seja assumida, em quase suas três horas de duração há muito de filmes como "... E O Vento Levou", "Lawrence da Arábia", "Assim Caminha a Humanidade" e "Entre Dois Amores", só para ficar nos mais conhecidos.
A história é narrada pelo pré-adolescente Nullah (Brandon Walters), filho ilegítimo de uma aborígene com um homem branco, por isso segregado pelo governo. Ele começa contando que Lady Sarah Ashley (Nicole Kidman) é a mulher mais estranha que ele já viu.
Inglesa e aristocrática, ela chegou à Austrália pensando flagrar seu marido traindo-a. Em vez disso, encontra-o morto e com sua enorme fazenda quase falida.
Para salvar o lugar e não perder seu patrimônio, Sarah precisa conduzir mais de mil cabeças de gado através da Austrália. E, para isso, precisa de ajuda.
Incumbido da tarefa está um sujeito rude e conhecido apenas como "o capataz" (Hugh Jackman, o Wolverine da série "X-Men"). Sarah e ele são opostos totais - mas, seguindo as regras do melodrama, esses opostos se atrairão.
Ao contrário da maioria dos australianos brancos, o capataz é amigos dos aborígines e até prefere tê-los como parceiros na comitiva que conduzirá o gado. Por isso mesmo, ele não é bem visto na região.
Um projeto dos sonhos do australiano Luhrmann, o filme, que estréia em circuito nacional, não economiza na exibição de belas paisagens australianas, como os parques El Questro e Moore e diversos lugares das regiões de Queensland e South Wales.
A temática séria do filme - a política de segregação racial do governo da época - luta para encontrar um espaço no roteiro assinado por Luhrmann e mais outros três escritores. No filme, todos os detalhes são costurados num tom melodramático, que tenta incorporar de leve um mea culpa em relação às políticas raciais empregadas em relação aos nativos - como aquela que autorizava até o rapto das crianças mestiças, para interná-las à força em instituições educacionais do governo, visando seu "branqueamento cultural".Ainda assim, quando o filme trata - de forma um pouco ingênua, na verdade - do assunto é quando atinge seus melhores momentos.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

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