terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Museu do Louvre exibe quadrinhos pela primeira vez

"Monalisa", desenhada pelo quadrinista Bernard Yslaire
Desenho de mangá de "Rohan au Louvre", feito pelo quadrinista Hirohiko Araki para a mostra

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u493726.shtml

Pela primeira vez na história, o Museu do Louvre está exibindo quadrinhos em uma de suas galerias. Na exposição "Cartoons - The Louvre invites comic-strip art", aberta nesta quinta-feira (22), os visitantes poderão apreciar os trabalhos de cinco artistas das HQs.
Entre as obras, estarão "Période Glaciaire" (período glacial), de Nicolas de Crécy; " Les Sous-sols du Révolu" (o porão da Revolução), de Marc-Antoine Mathieu; "Aux Heures Impaires" (as horas ímpares), de Éric Liberge; "Rohan au Louvre" (Rohan no Louvre), de Hirohiko Araki e "Le Ciel au-dessus du Louvre" (o céu acima do Louvre), de Bernar Yslaire. 
Em todos eles, a história se passa no próprio museu. A aventura criada por Yslaire, por exemplo, acontece em 1793, quando um pintor recebe a ordem de criar um retrato do revolucionário Maximilien de Robespierre no museu, então recém-inaugurado. 
Os desenhos de Yslaire, somente em preto e branco ou sépia, mas com alguns traços em vermelho, "lembram aos leitores que há vida, sangue, tristeza e amor" em meio clima sombrio da Revolução Francesa, diz o quadrinista. 
Por meio de recursos digitais, o público ainda pode interagir com a obra, recriando seus traços com um lápis eletrônico. 
Qualidade estética
O curador Fabrice Douar disse que a iniciativa não é de "modernizar" o Louvre, de "validar" os quadrinhos como forma de arte e nem de conquistar o público jovem para o museu. 
"Nós queremos apresentar essa arte com o objetivo de mostrar sua qualidade estética, mas também sua qualidade no sentido de confrontação entre o mundo do Louvre e esse universo alternativo, que é o dos quadrinhos", afirma Douar. 
Ele diz ainda que cada quadrinho foi escolhido para refletir a diversidade da arte. "Quadrinhos não apenas algo alegre... há também quadrinhos contemporâneos, que falam mais sobre a criação, há graphic novels, histórias de detetives e mangá", diz o curador. 
A expectativa é quebrar estereótipos não apenas sobre os quadrinhos, mas também sobre o famoso museu. "Assim como quadrinhos não apenas para diversão ou entretenimento, o Louvre não é apenas empoeirado e chato", completa Douar.

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