sábado, 17 de janeiro de 2009

Biografia de Maysa vasculha diários íntimos 30 anos após sua morte



Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u487027.shtml

Nesta segunda-feira (22), completam-se os 30 anos da morte da cantora Maysa. No próximo mês, ela ganha uma alentada biografia --"Maysa: só numa multidão de amores" (Editora Globo)-- escrita pelo jornalista Lira Neto. 
Durante dois anos, o autor mergulhou no arquivo particular de Maysa, que lhe foi aberto pelo filho da cantora, o diretor de cinema e televisão Jayme Monjardim, atualmente trabalhando em "Páginas da Vida".
Foram pesquisados cerca de 30 kg de material (diários íntimos, cartas, bilhetes, fotografias e 100 mil recortes de jornais e revistas, do Brasil e do exterior). Com 450 páginas, o livro traz uma coleção de fotos raras e inéditas. No meio da montanha de papéis liberados por Monjardim, havia até mesmo um esboço de autobiografia, escrita por Maysa em 1972. 
Neto fez 200 entrevistas, com pessoas que conviveram direta ou indiretamente com Maysa, desde colegas e professoras de escola a ex-namorados, músicos, cantores, compositores, empresários, amigos e parentes.
Vida tumultuada 
"Jayme Monjardim foi de uma extrema generosidade, e não me pediu absolutamente nada em troca, a não ser que fizesse um livro o mais fiel possível à vida tumultuada e intensa de Maysa, uma mulher que viveu sob o signo da ousadia e da transgressão", diz Neto. 
"As biografias ditas 'autorizadas' são vistas com certa desconfiança, mas esse não é o caso. Tive completa independência para escrever sobre tudo o que apurei durante a fase de pesquisa para o trabalho." 
"Maysa: só numa multidão de amores" promete muitas novidades e revelações para os fãs da cantora. "Maysa gostava de plantar pistas falsas sobre sua vida, inventava histórias fantasiosas, que fizeram muita gente que já escreveu sobre ela comer mosca", diz o autor.
Drogas, álcool e suicídio 
Uma das maiores lacunas sobre a vida da cantora, relacionada aos quase oito anos que viveu fora do Brasil, são inteiramente elucidados no livro. A dependência química ao álcool, as internações em clínicas de desintoxicação, as tentativas de suicídio, os inúmeros casos amorosos vividos pela cantora, tudo será tratado com "transparência", afirma o autor. 
"O livro mostra os bons e maus momentos da personagem, seus instantes de glória e de fracasso. É um retrato de corpo inteiro de Maysa, para que o leitor possa compreender as motivações da artista e da mulher. Afinal, poucos tiveram vida e arte ligadas de forma tão indissociável quanto ela." 
Maysa morreu em 22 de janeiro de 1977, em uma acidente de carro na ponte Rio-Niterói. Tinha apenas 40 anos. "O que poucos conseguiam entender era como podia ser possível que, quanto mais bebesse, melhor Maysa cantasse", cita o livro.

Nenhum comentário: