domingo, 18 de janeiro de 2009

David Fincher, Brad Pitt e Cate Blanchett falam sobre a saga de "Benjamin Button"

Benjamin (Brad Pitt) se envolve amorosamente com Daisy (Cate Blanchett) por volta de 49 anosFonte: http://cinema.uol.com.br/ultnot/2009/01/14/ult4332u962.jhtm

A vida de Benjamin Button aparece, desde o nascimento, ligada à velhice e à proximidade com a morte. "Nasci em circunstâncias fora do comum", narra o personagem do filme "O Curioso Caso de Benjamin Button", explicando o início de sua trajetória. Ele veio ao mundo como um homem de mais de 80 anos, cheio de rugas e marcas de expressão, e foi rejuvenescendo ao longo das décadas. 
Inspirado no conto do escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald, publicado pela primeira vez em 1922, a história fantástica ganhou uma produção ambiciosa em Hollywood, que chega nesta sexta (16) aos cinemas brasileiros. Estimada em U$150 milhões, traz os astros Brad Pitt e Cate Blanchett nos papéis principais e efeitos especiais que permitiram aos atores aparecer em várias etapas da vida dos personagens.
Lançado nos cinemas americanos em dezembro de 2008, "O Curioso Caso de Benjamin Button" já chama atenção por suas indicações a prêmios como Critic's Choice Awards e Globo de Ouro e, mesmo sem ter saído vitorioso em nenhuma das premiações, tem grandes chances de concorrer ao Oscar. Os indicados ao evento serão divulgados no dia 22 de janeiro.
Velhos conhecidos, o diretor David Fincher e Brad Pitt repetem a parceria em filmes como "Seven - Os Sete Pecados Capitais" e "Clube da Luta". Questionado sobre o que lhe chamou atenção no projeto, o diretor diz que o roteiro de Erich Roth ("Forrest Gump") o agradou. "Achei o personagem interessante e a jornada incrível", disse durante a entrevista coletiva de lançamento do filme, realizada em Los Angeles, nos EUA, no fim do ano passado. 
Já Brad Pitt, afirmou que se interessou pela conversa com Fincher e Roth sobre as relações entre as pessoas e as impressões que umas deixam na vida das outras, assunto que o interessa. "Todo mundo carrega suas experiências, coisas incríveis. Fico admirado com as histórias das pessoas, inclusive sobre perdas que elas carregam", diz. 
Convidada posteriormente, Cate Blanchett afirmou ter se entusiasmado de cara. "Quando David Fincher e Brad Pitt lhe chamam para falar sobre algo, obviamente você aceita", brinca. A empolgação, diz ela, não diminuiu depois das filmagens. "Fico orgulhosa de fazer parte de um filme em que cada cena é necessária e bela, e em que a tecnologia é absolutamente honesta à história contada". Também menciona o fato de a trama, apesar de seu caráter fantástico, ter sido contada de maneira realista o que, para ela, deixou o filme mais "comovente".
O épico conta a história de amor entre Benjamin e Daisy, amigos desde a infância. "Benjamin (Brad Pitt) se envolve com Daisy (Cate Blanchett) por volta de 49 anos. Eles casam, têm uma filha e há o desenvolvimento das diferentes idades, mas a dele segue o sentido contrário da dela", diz Eric Roth, roterista do filme.
Linha do tempo invertida
Na trama, o pequeno Benjamin, com o corpo de um idoso, conhece Daisy, garotinha da sua idade que o acha "excêntrico". Eles se tornam amigos, vivem desencontros ao longo da vida, mas acabam se apaixonando quando Benjamin já tem uma aparência jovem. Felizes durante um período, o dilema surge: enquanto ela envelhece, ele começa a desenvolver traços adolescentes, caminhando para a infância.
Nesta linha inversa do tempo, Roth diz que um dos grandes desafios foi fazer com que Benjamin tivesse atitudes compatíveis com sua idade mental e não com a de seu corpo. "Tentei manter a coerência de como ele estaria se desenvolvendo, sobre o que seria apropriado para ele saber e fazer". 
O roteirista explica que seu personagem é diferente do visto no conto de Fitzgerald, que logo na infância fumava charutos e tinha atitudes de um homem experiente. "Preferi que ele seguisse o progresso natural, como o de todos nós", explica.
Outras opções diferentes da obra literária foram feitas no filme, como a de que o protagonista fosse abandonado pelo pai e deixado na escada de uma casa de repouso, onde é encontrado por Queenie (Taraji P. Henson). A cena inicial retrata o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918.
Há ainda a mudança da cidade, de Baltimore para Nova Orleans, no estado da Louisiana, feita por razões orçamentárias. David Fincher, relutante no início, acabou se rendendo às evidências de que foi uma boa troca. "A primeira resposta foi "isto é um absurdo", mas então vi fotos incríveis do lugar", diz. 
A mudança foi feita antes do furacão Katrina, que devastou a cidade em 2005, e provocou alterações no roteiro, como conta Erich Roth: "Nós tivemos que decidir se parávamos (a história) antes do Katrina ou se usaríamos o fato. Decidimos usar de uma forma que propiciasse tensão".
O furacão acabou entrando na cena em que Daisy, já velha e doente num leito de hospital, conversa com a filha sobre o passado, enquanto a ventania do lado de fora se torna cada vez mais forte.

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