terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Série "Maysa" subestima laços da cantora com Espírito Santo




Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u488290.shtml

A principal crítica do primeiro biógrafo da cantora Maysa, José Roberto Neves, à minissérie global "Maysa - Quando Fala o Coração", que termina na próxima sexta-feira (16), é a de que sua família de origem recebe muito pouco tratamento da obra, dirigida pelo filho da intérprete e compositora, Jayme Monjardim. 
Outro autor de um livro sobre a cantora, Eduardo Logullo, ressaltou que André Matarazzo ganha um peso um pouco demasiado na história.
"Não está muito claro para o público o peso dessa família para o Estado dela", afirmou Neves, que escreveu "Maysa" (independente, 202 págs., R$ 35), publicado em 2005 e relançado agora. "Aos 15 anos, por exemplo, ela foi rainha de um bloco de Carnaval em Vitória, teve diversas passagens de sua vida no Espírito Santo", disse ainda o jornalista, que faz a ressalva de que a série de TV, cujo roteiro é de Manoel Carlos, certamente trabalhou os episódios que achava mais interessante. 
"Não é uma cinebiografia, mas acho que em termos de uma, isso não deveria passar em branco", disse ainda Neves, de Vitória. 
Logullo, que escreveu "Meu Mundo Caiu - A Bossa e a Fossa de Maysa" (editora Novo Século, 248 págs., R$ 29,90), afirmou que o destaque dado ao papel de Matarazzo pode ser uma influência ao "olhar de filho".
Logullo, que não faz uma biografia no strictu sensu, mas mescla fatos históricos com fictícios em seu livro, disse que viu momentos da série que se assemelhavam a cenas descritas por ele. "Maysa é um personagem, ela dá a possibilidade para que isso aconteça, ela é a primeira estrela de TV do Brasil", afirmou. 
Ambos os autores ressaltaram o figurino e a caracterização da série. "Deslizes sempre existem, mas ela está ótima", afirmou Logullo, que destacou o trabalho de Larissa Maciel. 
A atriz, praticamente uma desconhecida na TV, "poderia testar mais segura", segundo Neves. "Mas ela está muito bem caracterizada, especialmente na fase madura de Maysa", afirmou o biógrafo do Espírito Santo. 
Maysas 
Em relação a quem atualmente seria a Maysa do Brasil, Logullo afirmou que seria uma espécie de Ivete Sangalo com Maria Bethânia. "Em termos mercadológicos, devido ao imenso sucesso dela na época, ela seria um produto com a força de Ivete Sangalo e Bethânia, juntas", afirmou o autor. 
Já Neves não conseguiu lembrar de um nome da atualidade que pudesse ter a força de Maysa. Para ele, Ângela Rô Rô, que foi comparada na juventude a Maysa, e Cássia Eller são os nomes mais próximos a representar o que foi Maysa.

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