domingo, 8 de junho de 2008

Itália chora a morte do mestre da comédia italiana Dino Risi

Fonte: http://diversao.uol.com.br/ultnot/efe/2008/06/07/ult1817u8313.jhtm
Roma, 7 jun (EFE).- A Itália chora a perda do diretor de cinema Dino Risi, um dos pais da comédia italiana, que morreu hoje em sua casa, em Roma, aos 91 anos.Desde a divulgação desta morte foram dedicadas inúmeras demonstrações de pêsames nas quais foi destacada a grande contribuição de "um mestre", sobretudo para a comédia italiana dos anos 50 e 60.Amigos e pessoas do meio cinematográfico foram para o local no qual Risi vivia, um apartamento de um hotel do bairro romano de Parioli.O velório será realizado na próxima segunda na Casa do Cinema de Roma, e será uma cerimônia laica, anunciaram os parentes do cineasta.
Risi será recordado por sua capacidade de retratar com humor e ironia toda uma geração de italianos - dos anos 50 e 60 - com seus defeitos e virtudes.O presidente italiano, Giorgio Napolitano, demonstrou "grande tristeza" pela perda de Risi, "brilhante e eclético" que "deixou sua marca muito pessoal em um longo período do cinema italiano".Em mensagem enviada aos dois filhos do cineasta, Claudio e Marco, destacou que Risi "soube dar um formato original à representação das inquietações, das esperanças e das contradições" da sociedade de sua época.Risi, que nasceu em 1916, foi junto com Luigi Comencini, Ettore Scola, Mario Monicelli e Nanni Loy um dos grandes mestres da comédia italiana.
Além disso, em seus trabalhos foi capaz de conjugar um tipo de cinema que agradava tanto o público como a crítica, pois reuniu diversão com reflexões sobre a sociedade.Além disso, trabalhou com os principais atores italianos de sua época, desde Alberto Sordi até Nino Manfredi e, sobretudo, Vittorio Gasmman.
Foi justamente Gasmman que, em 1962, protagonizou um de seus filmes mais famosos, "Aquele que Sabe Viver", de 1962 e que é considerado por muitos críticos como um marco do cinema italiano.O ministro da Cultura da Itália afirmou que com a morte de Risi o cinema do país "perde um de seus pais fundadores", que será lembrado como "uma das mentes rápidas e profundas, capazes de levar à tela, com ironia e sarcasmo" a generosidade, os defeitos e as virtudes dos italianos.Risi obteve o sucesso em 1955 com "Pão, Amor e...", com Sofia Loren e que é uma continuação de "Pão, Amor e Fantasia" e "Pão, Amor e Ciúme", comédias que narram as aventuras do marechal Carotenuto, interpretado por Vittorio de Sica.Outros de seus títulos mais recordados são "Os Monstros" (1963) e "Poveri ma belli" (1956), enquanto com "Perfume de Mulher" (1974) Risi conseguiu uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro.O diretor italiano Pupi Avati citou Risi como o autor da "melhor comédia de costumes já realizada", em referência a "Una vita difficile", chamando de "o maior exemplo de um gênero que une aspecto cômicos e atormentadores e que justifica toda sua carreira".
Já o ator e diretor de cinema Renato Pozzeto destacou que Risi "era um mestre", um cineasta "capaz de dirigir os atores, de estar próximo deles, de entendê-los".Por outro lado, o ator Lino Banfi afirmou que Risi mudou sua vida quando há 22 anos participou de "Il commissario Lo Gatto", com o qual sua carreira tomou um novo rumo A prefeita de Milão, Letizia Moratti, disse que uma rua da cidade natal de Risi será dedicada a ele e que hoje esta localidade "chora um de seus filhos mais queridos e amados em toda Itália, por todos aqueles que amam o cinema".Enquanto isto, o prefeito de Roma, Gianni Alemanno, cidade na qual Risi viveu durante anos, declarou que hoje a "Itália perde uma parte nobre e vital de sua cinematografia e de sua cultura".O Festival de Cinema de Veneza deu a Risi o Leão de ouro pela sua carreira em 2002 e dois anos depois o então presidente da República italiana, Carlo Azeglio Ciampi, lhe outorgou o título de Cavaleiro da Grande Cruz.

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